• 29 maio 2018

    Caminhoneiros resistem – Petroleiros em greve – Unir a maioria explorada, sob a direção do proletariado

30 de maio de 2018

Estatização total da Petrobrás, sob o controle operário

Que se reduza imediatamente o preço do diesel, gasolina e gás de cozinha

Que as centrais sindicais convoquem a greve geral!

Os caminhoneiros não aceitam as manobras do governo Temer, para pôr fim à paralisação. Não aceitam a impostura da camarilha que comanda as associações, federações e confederação. Estão alertas para as negociatas montadas pelos governadores, principalmente o de São Paulo, Márcio França. Não se deixam abalar pela campanha dos meios de comunicação monopolistas contra o movimento. A população, por sua vez, não condena a paralisação dos caminhoneiros. Cresce a voz entre as massas de redução do valor do gás de cozinha. Juntam-se aos caminhoneiros, vans escolares, motoqueiros e taxistas pela redução do preço da gasolina.

O conflito entre o governo e os empresários dos transportes pressiona os caminhoneiros a mudar de direção a sua luta. Lideranças empresariais querem transformar o movimento em cruzada contra a corrupção. Incentivam as bandeiras direitistas, como a volta dos militares ao poder. O governo, por seu lado, tem usado uma das associações de caminhoneiros para denunciar uma tal de “infiltração” de estranhos. É fundamental rechaçar as poderosas transportadoras que desviam o caminho da luta, bem como a ditadura civil de Temer, que precisa achar “infiltrados” para justificar o recrudescimento da intervenção policial-militar.

As reivindicações que atendem às necessidades dos caminhoneiros autônomos são claras. É por elas que ainda as rodovias continuam tomadas pelos caminhões. Agora, os petroleiros se lançam à greve. Ainda que tardiamente, muda a situação. Trata-se da presença do proletariado na luta, portanto, coloca para o movimento seu conteúdo de classe, distinto tanto do empresarial, quanto dos autônomos. Defendem a Petrobras estatal, rejeitam “a política de preços” de Pedro Parente e colocam-se pelo “fim de qualquer tentativa de desmonte e privatização”.

Distintamente do caráter corporativo e mesquinho da reivindicação dos caminhoneiros, o movimento da classe operária tem de responder às necessidades do conjunto dos explorados. A reivindicação mínima é a de redução do preço do gás de cozinha. Atende aos interesses da maioria explorada, que não suporta o alto custo de vida. É importante, porém, que se tenham claras as limitações e a insuficiência das reivindicações colocadas pela direção dos petroleiros. Vinculado ao alto preço do gás de cozinha, estão o miserável salário mínimo e os baixos salários. Há que se defender o salário mínimo vital (suficiente para a família assalariada sobreviver dignamente), um aumento geral de emergência dos salários e a implantação da escala móvel de reajuste dos salários (aumento automático de acordo com a elevação do custo de vida). É obrigatório denunciar o desemprego e o subemprego e colocar na ordem do dia as reivindicações de estabilidade no emprego, redução da jornada sem diminuir os salários e implantação da escala móvel das horas de trabalho (divisão de todo trabalho disponível entre todos os aptos ao trabalho, sem redução salarial).

Temos de dizer aos trabalhadores a dura verdade de que nenhuma redução de preço no capitalismo resulta na defesa duradoura da vida dos explorados. A bandeira de redução do preço do gás de cozinha é emergencial e serve apenas para colocar para os explorados as reivindicações que correspondem à defesa real das condições de existência, que são o salário e o emprego. Os petroleiros darão importante passo na luta contra o governo antinacional e antipopular de Temer e contra a burguesia se se apoiarem nessa base sólida de reivindicações. É necessário rejeitar o uso da bandeira de redução do preço do gás de cozinha e da mudança de política de preços da Petrobras para fins eleitorais.

Outra limitação da direção dos petroleiros é a de não colocar com absoluta clareza a verdadeira situação da Petrobras. A bandeira de “Petrobras estatal, não à privatização” deve ser acompanhada da explicação de que a Petrobras está, em grande medida, privatizada. Para ser verdadeiro com a bandeira de não à privatização, é preciso defender, sem atenuantes, a reestatização da Petrobras, sem indenização e pelo controle operário coletivo. O governo Dilma Rousseff deu um passo em favor das petroleiras multinacionais na exploração do pré-sal. E o governo Temer completou com o entreguismo descarado. É imprescindível, também, a defesa da nacionalização das reservas petrolíferas e de toda riqueza mineral. As multinacionais, que se aproveitam das ricas reservas, devem ser expropriadas, sem indenização. Já sangraram, além da conta, o Brasil.

O Dia Nacional de Luta, convocado pela CUT e outras organizações sindicais e populares, poderá abrir caminho para a retomada do movimento de março e abril de 2017, que culminou com a greve geral de 28 de abril do ano passado. Os trabalhadores já estão fartos com a reforma trabalhista e com a terceirização. A luta deve levantar alto as bandeiras de revogação da reforma trabalhista e da lei da terceirização. Está no horizonte a nova ofensiva burguesa que virá com a recolocação da reforma da previdência. Nada de reforma da previdência! Revogação das reformas que atingem os trabalhadores e a economia nacional.

No centro da crise econômica e política está a gigantesca dívida pública. Chega de entregar aos parasitas milhões e milhões de juros e amortizações da dívida! Todos acobertam essa chaga que mina o desenvolvimento das forças produtivas nacionais. Está mais do que amadurecida a necessidade de organizar a luta sob a bandeira de “Não pagamento da dívida pública!” Nenhum centavo a mais aos banqueiros e especuladores! Em defesa dos empregos e dos salários!

O caminho aberto com a paralisação dos caminhoneiros somente será progressivo se a classe operária tomar a frente nos combates e imprimir seu programa, suas reivindicações e seus métodos próprios de luta. Somente a classe operária pode enfrentar consequentemente a ditadura civil de Temer, os exploradores nacionais e o imperialismo. Somente a classe operária pode unir a maioria oprimida em um poderoso movimento, que se estenda por todo o País.

Sabemos das grandes dificuldades que trazem a ausência de um poderoso partido revolucionário, capaz de dirigir o movimento das massas. A crise de direção, assim, tem permitido que se levantem bandeiras reacionárias, como a da volta dos militares. Ou, então, falsas soluções de trocar o governo por meio de eleições. Mas, a classe operária tem seu programa encarnado pela vanguarda que luta por sua independência de classe. É nos momentos de grande crise que se coloca a questão do poder. Nossa luta é por elevar a consciência dos explorados e preparar as condições para lutar por um governo operário e camponês, constituído pela revolução proletária.

Que os petroleiros organizem o movimento independente dos explorados!

Que as centrais sindicais rompam o divisionismo e organizem o movimento nacional grevista!

Que se retome a greve geral de 28 de abril do ano passado!

Derrotar o governo golpista, antinacional e antipopular, de Temer!

Fora a intervenção policial-militar contra os caminhoneiros!

Lutemos pelas reivindicações que unificam os explorados em todo o País!