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30 abr 2017
30 de abril de 2017
Viva o 1º de Maio operário, socialista e internacionalista!
Viva o 1º de Maio dirigido contra o governo golpista de Temer!
Viva o 1º de Maio de luta contra as reformas capitalistas!
Trabalhadores e juventude oprimida, concentremos nossas forças para derrubar e enterrar as reformas antinacional e antipopular do governo golpista, do Congresso Nacional oligárquico e da burguesia servil ao imperialismo!
A greve geral de 28 de abril golpeou o governo ditatorial e o Congresso corrupto. Mas não o derrotou. É preciso voltar à carga com muito mais força.
Temer e os partidos golpistas são meros agentes e canais do capital financeiro, das multinacionais e da agroindústria. A grande burguesia é quem dita as reformas trabalhista e da previdência. É quem ditou a PEC do Teto, a Lei da Terceirização, a reforma do ensino médio, a nova onda de privatizações e desnacionalizações. É quem está ditando a reacionária reforma política.
As mãos do governo e dos parlamentares seguem o comando do cérebro financeiro. É com esse poderoso inimigo de classe que nos confrontamos. É com os comandantes do capitalismo que a greve geral se chocou. É preciso evidenciar claramente que não enfrentamos apenas o governo e o Congresso Nacional. Enfrentamos a classe capitalista e sua força maior que é o imperialismo.
A missão do governo, do Congresso e do Judiciário que promoveram o golpe institucional é uma só, e bem definida: impor todas as medidas e “reformas”, que os governos anteriores não conseguiram realizar. Derrotar Temer é derrotar o capital financeiro. A burguesia como um todo segue seu comando. Derrotar o capital financeiro é afrontar o imperialismo.
A greve geral indicou que os explorados podem se erguer como uma força capaz de quebrar a ofensiva dos capitalistas. Mas também expôs nossas fragilidades. É baixo o nível de consciência classista e de coesão política do proletariado. Foram anos de desorganização, de ausência de resposta e de fragmentação do movimento operário. Os agentes da burguesia aproveitaram dessa fraqueza ideológica para combater a greve geral. O maior perigo dos grandes embates coletivos é evidenciar a luta de classes. É tornar claro que os explorados estão em choque contra os exploradores.
O 1º de Maio seria naturalmente o estuário da caudalosa greve geral. Mas imperou o divisionismo da burocracia sindical. As massas em luta não puderam passar por cima das direções que se colocaram pela greve geral por distintos motivos particulares. Um 1º de Maio unitário, classista e concentrado na tarefa de derrubar e enterrar as reformas da burguesia daria impulso à luta de massa. Prepararia as condições para novas manifestações, para fortalecer a frente única e para se alcançar a greve geral por tempo indeterminado.
É preciso colocar desde já a próxima arremetida contra o governo e o Congresso Nacional. A aprovação da reforma trabalhista na Câmara Federal foi um importante passo contra a vida dos explorados. Demonstrou que estão pelo total desconhecimento da vontade da maioria oprimida.
As reformas são abominadas pela população, apesar de estar diariamente sob a cruzada dos noticiários e dos comentaristas propagandeando as mentiras do governo e de seus partidários. Esse é o fermento que obrigou as centrais e os sindicatos burocratizados a convocarem o dia 28. Esse é o fermento que atemoriza a burguesia.
O capital financeiro e o governo sabem que as massas estão pela bandeira “Abaixo as reformas trabalhista e da previdência”! O nível de consciência político é baixo, mas o instinto de preservação é alto. A luta das massas modifica a compreensão de classe do proletariado. Vamos preparar os novos passos da luta nacional. Convocar imediatamente assembleias, acionar os comitês e criar novos. Mobilizar as fábricas, os bairros pobres, as escolas e onde mais for necessário, mostrando a força da greve geral e afirmando a bandeira do movimento.
A burguesia vai até o fim para aprovar as malditas reformas. De nossa parte, devemos trabalhar intensamente para ir às últimas consequências em defesa da bandeira “Abaixo as reformas antinacional e antipopular de Temer, do Congresso Nacional e da burguesia. ”!
Temer e seus lacaios do Congresso Nacional e da imprensa despejam a versão de que não houve greve geral. Que foi apenas um protesto. Batem na tecla de que prevaleceu a “baderna”. É próprio da burguesia falsear, distorcer e mentir. O importante, porém, são os fatos. Os explorados estão pela derrubada das reformas. E avançarão caso sejam organizados e ganhem a confiança em suas próprias forças.
O 1º de Maio deve exigir que imediatamente as centrais, sindicatos, comitês e correntes de esquerda façam uma nova convocação, sem depender das manobras governamentais.
As manifestações de 15 de março e a greve geral de 28 abril colocaram os explorados brasileiros na arena internacional da luta de classes. Em toda a parte, a burguesia ataca antigos direitos trabalhistas. Há um movimento geral dos governos no sentido de baratear ainda mais a força de trabalho e impor maior produtividade. Não importa que o retrocesso social seja brutal. Não importa que a pobreza e a miséria retomem aos altos patamares históricos. O que importa é proteger os negócios e os lucros dos monopólios.
Os explorados brasileiros – e de qualquer parte do mundo – não enfrentam apenas a burguesia nacional. Ao reagirem às reformas capitalistas em nosso País, reagem contra o movimento internacional dos exploradores e saqueadores. O capital financeiro exige do governo e do Congresso Nacional que arrumem recurso para sustentar a dívida pública e garantir o pagamento da gigantesca carga de juros. Isso ocorre em todos os países semicoloniais endividados. Nos países de capitalismo avançado, as reformas também são ditadas pela necessidade do Estado sustentar o parasitismo do capital financeiro, que, por sua vez, se acha fundido com o capital industrial monopolista.
As respostas aos ataques dos exploradores devem ser apenas o ponto de partida da luta. Não podem se limitar à defesa imediata das reivindicações. Os explorados estão diante do capitalismo em decomposição e avanço da barbárie social. No seio dos movimentos de resistência, coloca-se a defesa do programa da revolução proletária. Os explorados darão um salto na consciência classista com a sua vanguarda lutando para que se organizem em torno do partido marxista. O que exige que a militância desenvolva o programa de expropriação revolucionária dos meios de produção, de libertação do País do domínio imperialista e de tomada do poder.
Ganha cada vez mais importância, diante da profunda crise política e decomposição dos partidos da burguesia, a explicação e defesa da estratégia revolucionária do proletariado, do governo operário e camponês e de sua ditadura de classe. As ilusões democráticas e o domínio ideológico da burguesia somente podem ser combatidos pela via do programa da revolução e do internacionalismo proletário.
Erguem-se como obstáculo os partidos que somente em palavras se colocam no campo do marxismo. Ficarão para trás. A luta de classes vem se agravando. Os ataques da burguesia lançados pelos governos, pelo Congresso Nacional e pelos partidos da ordem polarizam as classes e destacam o proletariado como a força revolucionária, ainda que se encontre profundamente controlado pela burocracia sindical. É o que a experiência vem expondo. Basta ver que nem a burguesia, nem o PT e seus aliados estavam verdadeira e espontaneamente pela greve geral.
As contradições econômicas, políticas e de classe empurraram as direções conciliadoras e reformistas a convocarem as massas para a luta nacional, geral e não corporativista. A grande dificuldade é que a vanguarda está pouco desenvolvida no seio do proletariado. Em todas as lutas e em todos os lugares, é preciso trabalhar para pôr em pé o partido marxista-leninista-trotskista. E para enfrentar a tarefa de reconstrução da IV Internacional – o Partido Mundial da Revolução Socialista.
A luta pela derrocada do capitalismo putrefato, pela retomada das conquistas da Revolução Russa e de todas as revoluções proletárias e pela construção do socialismo se acha mais facilitada hoje do que ontem, quando havia a marcha ascendente da restauração capitalista e o capitalismo mundial aparentava uma certa estabilidade conjuntural.
O capitalismo da época imperialista é de decomposição e de transição histórica para o socialismo. Não faz muito que essa tese marxista-leninista-trotskista parecia fora de tempo e lugar. Não é mais assim. As guerras de ocupação, a internacionalização das guerras civis e nacionais e o impulso ao intervencionismo militar estão na ordem do dia. Nenhuma força burguesa pode deter esse curso, apesar de ter como retardar esse movimento. As massas e as nações oprimidas, sob a direção do proletariado, podem avançar. Mas necessitam do programa e, consequentemente, de seus partidos revolucionários internacionalistas.
O 1º de Maio deve romper com qualquer estreiteza nacional. Deve voltar a suas raízes proletárias, socialistas e internacionalistas.
Neste exato momento, os Estados Unidos ameaçam a Coreia do Norte. Desconhecem as ponderações da Rússia e da China. Reforçam a intervenção na Síria e no Oriente Médio. Empurram a OTAN a posições militaristas. Desencadeiam, assim, uma ofensiva perigosa. Modificam os frágeis equilíbrios alcançados após a Segunda Guerra Mundial e a partilha do mundo.
Na América Latina, apoiam as tendências antidemocráticas e autoritárias das burguesias. Estão, neste momento, voltados a impulsionar mais ostensivamente a contrarrevolução na Venezuela. Estão por trás dos golpes institucionais no Paraguai e no Brasil. Revitalizam organismos intervencionistas, como a OEA. O imperialismo e as burguesias latino-americanas se preparam para impor à força as medidas antinacionais e antipopulares. Já deram início a essa marcha com o desmanche dos governos que se agarram no nacional-reformismo. Nem mesmo as caricaturas do nacionalismo podem ser aturadas. As potências correm a descarregar a desintegração do capitalismo mundial sobre as nações e povos oprimidos. Em nome do combate ao terrorismo e da necessidade de esmagar a jihad islâmica, os Estados Unidos realizam sua ofensiva militar-intervencionista.
O 1º de Maio tem o dever internacionalista de levantar a bandeira da autodeterminação dos povos e nações oprimidas, de armamento das massas para a defesa nacional contra o imperialismo, de expropriação dos monopólios, estatização do sistema financeiro, defesa do direito das nações oprimidas se armarem de acordo suas decisões internas e de combate a todo e qualquer intervencionismo das potências.
O 1º de Maio tem o dever internacionalista de condenar o social chauvinismo e a xenofobia. O dever de levantar alto a bandeira de unidade mundial da classe operária. O dever se colocar pela organização dos movimentos anti-imperialistas nos países semicoloniais, sob a direção da classe operária. O dever de se colocar pela revolução e internacionalismo proletário!
Viva o 1º de Maio operário, socialista e internacionalista!