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18 maio 2017
18 de maio de 2017
Abaixo as reformas antinacional e antipopular!
Que as centrais sindicais convoquem a greve geral!
Desta vez, as gravações do empresário Joesley Bastista expuseram sem atenuantes a participação de Michel Temer no esquema de corrupção. O dono da JBS revelou que foram destinados recursos para comprar o silêncio de Eduardo Cunha, preso na Operação Lava Jato. O presidente golpista já havia sido denunciado no caso em que está envolvido o ministro Eliseu Padilha. Fato que o atingiu, mas não teve maiores consequências. Não lhe foi difícil se declarar inocente. Agora, nas gravações de Batista, monitoradas pela Polícia Federal, fica comprovada a participação direta de Temer. O vazamento do material explosivo ao jornal O Globo colocou imediatamente a queda do governo golpista.
Ao lado de Temer, foi flagrado o senador Aécio Neves. O tom gangsteril da conversa com o representante da JBS colocou às claras o que representa esse homem na política burguesa e, em particular, no PSDB. Aécio carrega nos ombros várias denúncias, mas vinha se safando. É reconhecido por ter chefiado o processo de impeachment de Dilma Rousseff e levado o PSDB a impulsionar as reformas antinacional e antipopular do governo golpista.
Não poderia faltar um personagem do PT. O ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi acusado de intermediar a obtenção fraudulenta de recursos e abastecer as campanhas do partido. Também é um homem cercado pela Operação Lava Jato. Mas, no caso, o fundamental da revelação recai sobre o Temer.
A oposição – PT e aliados – se pronunciou pelo afastamento do presidente da República. Neste primeiro momento, há um pedido de impeachment, renúncia e convocação de eleições diretas. Temer emitiu uma breve nota afirmando que não autorizou nenhuma negociação com a JBS. Tudo indica que a mentira agravará sua situação. A burguesia, portanto, tem pela frente a questão de como contornar a crise e reestruturar as relações de poder no seio do Estado.
A classe operária se acha bloqueada e desorganizada para tomar a frente o combate sob sua estratégia própria de poder. A oposição burguesa, liderada pelo PT, se espatifou sob os golpes do impeachment e da Lava Jato. O País chegou a uma das crises políticas mais profundas desde 1964. Os velhos partidos burgueses – PMDB, PSDB e DEM – se acham amplamente desmoralizados diante das massas. A oposição burguesa reformista perdeu a confiança da maioria diante de tanta bandalheira envolvendo os petistas.
A crise econômica elevou o desemprego às alturas. E o governo golpista, cuja natureza é de ditadura civil, tomou a ofensiva com as violentas reformas e com a lei da terceirização. A Operação Lava Jato não teve como ser contida, como estava previsto pelas forças políticas que comandaram o golpe de Estado. A ampliação das denúncias foi de tal magnitude que se tornou impossível manter a caçada seletiva do PT, sem atingir o PMDB e o PSDB, ambos metidos até o pescoço com os mesmos grupos econômicos que parasitam o Estado.
A gravação contra Temer desaba o governo. É um momento propício para a classe operária desfechar um golpe mortal nas reformas antinacional e antipopular de Temer. Está colocada a retomada imediata da greve geral. A situação política pendeu a favor das massas. O problema está nas direções dos sindicatos e da influência do PT, que canalizarão a atenção dos explorados para novas eleições. Está aberto um jogo entre as forças da burguesia no poder sobre como afastar Temer sem comprometer o andamento das reformas e a da política pró-imperialista. Não passa pela cabeça da burguesia recomeçar do zero. É mais do que certo que estão negociando nos bastidores do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal uma saída que preserve o processo das reformas.
Para os explorados, não interessa apenas o destino do odiado governo golpista, mas fundamentalmente o destino das reformas da previdência e trabalhista. Estão colocadas as bandeiras “Abaixo o governo golpista e corrupto de Temer!”, Abaixo as reformas trabalhista e da previdência”! “Revogação da Lei da Terceirização!”,“Abaixo todas as reformas antinacional e antipopular de Temer”!
A tarefa imediata é: que as centrais convoquem a greve geral para pôr abaixo Temer e toda reforma, convocar as assembleias nos sindicatos, nos bairros e escolas, constituir um comitê nacional de frente única com todas as forças que estiverem dispostas a se colocar pelas bandeiras da classe operária, espalhar por toda a parte os comitês de base, planejar as ações locais, regionais e nacionais. A experiência de 28 de abril mostra que é preciso a greve geral por tempo indeterminado para vencer a burguesia e seu governo.
É necessário rechaçar e lutar contra os desvios burgueses sobre as saídas institucionais para a crise de governabilidade. Rechaçar e lutar contra a separação entre a derrubada do governo e as suas reformas. Rechaçar e lutar contra as forças que colocam os explorados sob a estratégia burguesa de solução da crise política.
A classe operária tem como evoluir no sentido da independência de classe. Tem programática e historicamente a estratégia revolucionária de poder: a luta por um governo operário e camponês. Se não a encarna é porque não tem em suas entranhas o partido da revolução proletária. Temos de lutar firmes e decididos sob a estratégia de poder próprio.
Chamamos a classe operária, a maioria nacional oprimida e a juventude a se colocar sob a bandeira “Abaixo o governo burguês de Temer, golpista e corrupto!” “Por um governo operário e camponês!”
Operários, camponeses, demais trabalhadores e juventude, derrubemos o governo golpista com nossos métodos de luta, com nossas bandeiras, com nossa organização e com nossa estratégia própria de poder! Nossa luta não se limita a um dos governos burgueses, lutamos contra a burguesia e o capitalismo em decomposição. Não queremos colocar outro governo burguês em seu lugar, que amanhã dará continuidade às reformas de Temer/Meirelles/Aécio e toda corja de exploradores do povo.
Comecemos por derrubar com greves e manifestações esse governo que veio para exercer uma ditadura civil contra as massas. Comecemos por derrubar e enterrar as reformas que esmagam as condições de vida das massas, que trazem mais pobreza e miséria para a maioria dos brasileiros. E avancemos na defesa de um poder próprio, um poder operário e camponês. Lutemos por um poder que permita à classe operária, os camponeses e as camadas pobres da classe média expropriar a burguesia e colocar a economia a serviço de quem trabalha.
Abaixo o governo dos capitalistas! Abaixo as reformas de Temer, do Congresso Nacional, dos exploradores nacionais e do imperialismo!