• 30 jun 2017

    Manifesto em defesa da vida explorados

30 de junho de 20’17

Toda força à greve geral de 30 de junho!

Abaixo as reformas da previdência e trabalhista!

Abaixo as reformas antinacional e antipopular!

Lutemos pelo emprego a todos com um salário suficiente para sustentar a família trabalhadora!

Lutemos contra o entreguismo privatizante que nos esmaga ainda mais!

Não pagamento da dívida pública! Nem mais um centavo de juros aos capitalistas parasitas, que estrangulam a saúde, educação, previdência, etc.!

Ponhamos em pé um Tribunal Popular para julgar os crimes da burguesia, seus políticos, partidos e governos (corrupção, violência contra as massas, etc.)!

Tomemos a resolução dos problemas em nossas próprias mãos!

Abaixo Temer! Por um Governo Operário e Camponês!

 

As reformas da previdência e trabalhista continuam a ser tocadas no Congresso Nacional. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou a reforma trabalhista por 14 votos a 9. Ela segue agora para o plenário. Se for votada e aprovada, acabará com os direitos conquistados durante décadas pelos trabalhadores, rasgará a CLT e instituirá a livre exploração do trabalho pelos capitalistas. Eles poderão manejar a jornada de trabalho e os salários de acordo com suas necessidades de mercado. Não precisarão pagar vários direitos. Instituirão o trabalho precário como norma. Tudo isso aumentará o flagelo do desemprego e a miséria das massas.

A burguesia está unida ao redor da reforma trabalhista que esmaga os assalariados. Mas buscará ainda aprovar a reforma da previdência, que praticamente extingue a aposentadoria por tempo de serviço e inviabiliza aquela por idade de forma a permitir desviar 280 bilhões de reais para o sustento do parasitismo financeiro da dívida pública.

Já foram aprovados a reforma do ensino médio, que destrói ainda mais a educação e expulsa estudantes trabalhadores da escola, o Teto de gastos por vinte anos, que estrangula a saúde e educação públicas, e a lei da Terceirização, que põe fim ao contrato coletivo de trabalho e estabelece a livre superexploração do trabalho precário.

O governo golpista de Temer foi montado para realizar essas reformas, que correspondem às necessidades da burguesia de assegurar a lucratividade do capital, mesmo mergulhado numa crise econômica mundial do capitalismo. As forças que sustentam Temer são aquelas que derrubaram Dilma por conta de seu governo mostrar não ser capaz de levar adiante essas medidas antinacionais e antipopulares. Hoje, procuram separar o governo golpista e comprovadamente corrupto dessas reformas que descarregam o peso da crise capitalista sobre os oprimidos. Afirmam que, com Temer ou sem Temer, pretendem levá-las adiante.

Estão aí as razões para que os explorados e demais oprimidos se levantem de forma independente em luta contra as reformas e o governo que as implanta. O avanço da crise política vai desintegrando as forças do governo golpista. Setores que ajudaram a derrubar Dilma e colocar Temer no poder começam a debandar. A polícia federal e o poder judiciário atacam o governo golpista com as denúncias e pedido de abertura de processo criminal. Esses movimentos são parte da disputa entre os bandos da burguesia que governam o país e manejam suas instituições. Não cabe aos explorados se colocarem de um lado ou de outro dessa disputa, que é entre seus algozes exploradores.

A greve geral de 28/4 mostrou que a imensa maioria assumiu as bandeiras de luta contra as reformas da previdência e trabalhista. Esse movimento só não teve continuidade por conta da ação das centrais sindicais e partidos que dirigem os movimentos sociais. Deram trégua ao governo golpista, que teve tempo para se aprumar e avançar seus ataques enquanto os dirigentes suplicavam por uma negociação com o governo. O homem que dirige as reformas, o ministro Henrique Meirelles, agente de confiança do capital financeiro internacional, fechou questão e se mostrou irredutível. Para ele, é preciso criar as condições para sustentar o parasitismo financeiro e aumentar a taxa de exploração do trabalho. As propostas das centrais de amenização dos ataques não foram nem serão aceitas.

A retomada da greve geral acontece em meio ao aprofundamento da crise política e enfraquecimento do governo golpista. A partir disso, ressuscitaram a bandeira de “diretas já” e constituinte para fazer uma reforma política. Algumas direções afirmam sem constrangimento que a greve gral deve servir à campanha das diretas já e que só com um novo governo será possível barrar as reformas de Temer. Esse é o caminho de desvio da luta direta para a via das eleições e da pressão parlamentar. Chama as massas a deixarem de lado a luta pelas reivindicações mais sentidas para abraçar a defesa da eleição de um novo governo burguês, ou de uma constituinte que só pode servir neste momento para recompor as forças da burguesia ao redor de seu Estado e reorganizar sua ofensiva contra a maioria explorada.

Trata-se de uma capitulação perante a burguesia, o Congresso Nacional e o governo golpista. Trata-se de traição às necessidades e interesses mais elementares dos explorados. Trata-se de uma colaboração disfarçada que enfraquece a luta da maioria oprimida  contra a destruição de antigos direitos conquistado a suor e sangue pela classe operária. Devemos rejeitar esse caminho que é de derrota.

Chamamos as massas a empunharem bem alto a defesa de suas bandeiras mais sentidas neste momento, a defendê-las por meio de seus próprios métodos de luta, a se organizarem pela base por meio das assembleias, comandos e comitês de luta, e a se colocarem pela sua estratégia própria de poder, que é o governo operário e camponês, que só pode se construir a partir da revolução social e se assentar nos organismos criados pelas massas em sua luta diária.