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26 ago 2017
26 de agosto de 2017
Por em pé uma frente única anti-imperialista
Enquanto o Congresso Nacional faz um pampeiro em torno da reforma política, o governo golpista avança sobre a economia nacional e se prepara para retomar a reforma da previdência. Está claro que a reforma política objetiva tornar as eleições mais restritivas e garantir o poder dos partidos oligárquicos. Desavergonhadamente, o PT, PCdoB e PSOL participam do teatrão regido pelo PMDB, PSDB e DEM. Temer faz de conta que esse é um problema do poder Legislativo e aproveita o desfoque dos problemas que atingem os explorados para dar mais um passo em seu projeto “Uma Ponte para o Futuro”.
A monumental lista de privatizações e concessões (privatização disfarçada) atende inteiramente aos interesses dos credores da dívida pública e do capital financeiro, pronto para se apossar do milionário patrimônio público por uma bagatela.
Nesse mesmo pacote, Temer editou um decreto de extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca). Trata-se de uma área de 47 mil quilômetros quadrados na Amazônia. O potencial das fontes minerais da Reserva é incalculável. Há muito que poderosos e ambiciosos capitalistas almejavam a sua liberação para a exploração do cobre, ouro e outros minérios. É bom lembrar que a criação da Reserva do Cobre e Associados foi um dos últimos atos de cunho nacionalista da ditadura militar, em fevereiro de 1984. O objetivo da Reserva era o de estabelecer uma grande exploração nacional de minérios, portanto, estatal. O que a ditadura civil de Temer faz é acabar com o controle nacional da área e entregá-la às grandes mineradoras, que certamente ficará em grande parte nas mãos das multinacionais.
Evidencia-se plenamente que o golpe de Estado que derrubou o governo eleito de Dilma Rousseff foi planejado para impor sobre o país e sobre a maioria nacional oprimida medidas pró-imperialistas e de ataque às condições de existência dos explorados. Esse é o conteúdo que caracteriza o governo Temer como uma ditadura civil, que deve ser denunciada e combatida como tal. O PT e seus aliados ocultam esse conteúdo, substituindo por “governo ilegítimo”, como se fosse uma real caracterização, quando se trata de uma pura formalidade institucional. A maioria das esquerdas segue cegamente essa formalidade. É fundamental não desvincular o caráter do golpe de Estado pelo impeachment de seu conteúdo dado pelos interesses do capital financeiro e do imperialismo.
Mesmo sob a aguda crise política, o governo Temer não ficou paralisado. Impôs uma das maiores derrotas para a classe operária, que foi a reforma trabalhista. Nem a dita
dura militar e nenhum dos governos ditos democráticos da chamada República Nova, nem mesmo o pró-imperialista Fernando Henrique Cardoso, desfechou um ataque tão profundo nas relações entre capital e trabalho. Evidentemente, esse governo imposto pelo golpe dá continuidade à política de maior submissão do Brasil semicolonial às forças externas saqueadoras.
Agora, estamos diante de um plano de privatização e da extinção da reserva mineral, que mostra claramente o caráter entreguista do governo, do Congresso Nacional e da burguesia brasileira servil. O PT, a Frente Brasil Popular e a CUT deveriam estar organizando uma resistência anti-imperialista. No entanto, estão submetidos às manobras da reforma política e as caravanas eleitorais de Lula. O reformismo, que fez carnaval com a chamada política de conteúdo nacional, se encontra paralisado diante de tamanha entrega do País.
Denunciamos esses reformistas por terem desmontado a tendência de luta das massas, que protagonizaram a greve geral de 28 de abril. O resultado dessa traição foi o de desarmar os explorados diante do novo pacote de Temer.
Nossa luta começa por romper os bloqueios ao movimento dos explorados e ao desvio eleitoreiro, que toma forma mais aberta com as disputas interburguesas em torno da reforma política. Começa, portanto, pela defesa das reivindicações de emprego, salário e direitos, contra as reformas trabalhista e previdenciária, contra o plano de privatização e entrega da Reserva Nacional de Cobre e pelo não pagamento da dívida pública. Retomar as assembleias sindicais e populares, reconstituir e ampliar os comitês que surgiram nas lutas de março e abril e organizar a greve geral.
Essa luta para vencer o governo antinacional e antipopular, necessariamente, tem de levantar-se como um movimento anti-imperialista. Derrotar a ofensiva do capital financeiro e avançar o combate ao domínio do grande capital monopolista. Unir a maioria nacional oprimida numa frente única anti-imperialista, dirigida pelo proletariado. É por essa via que as massas se posicionarão pela derrubada do governo Temer e se colocarão sob a bandeira estratégica do governo operário e camponês.
Abaixo o programa de privatização e desnacionalização do governo golpista!
Não à extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados! Fim das reformas antinacional e antipopular!
Por s uma frente única anti-imperialista!
Abaixo o governo golpista, corrupto e entreguista de Temer!
Por um governo operário e camponês!