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18 nov 2017
18 de novembro de 2017
Não se deve pagar para ver! Não se deve confiar no argumento de que Temer não tem força. Não se deve esperar pelas emendas parlamentares. Não se deve perder tempo para ver se o governo tem recursos para comprar parlamentares. Ao contrário, temos de exigir das centrais e de cada um dos sindicatos que passem a organizar imediatamente a greve geral. Devemos confiar somente em nossas forças coletivas, em nossos métodos de luta e em nossa política proletária. É com a mobilização nas fábricas, nos transportes, nos bancos, no comércio, nas repartições públicas, nas escolas e nos bairros populares que poremos abaixo a furibunda reforma da previdência.
A burguesia pôs em ação seus meios de comunicação. Todos unidos para culpar a previdência pelo rombo das contas públicas. Todos com uma só voz exigindo que o Congresso Nacional cumpra sua parte no ataque à vida das massas. Todos, a todo o vapor, aterrorizando os explorados com a previsão de que sem a reforma logo mais não terão como receber os vencimentos. A campanha burguesa crescerá dia a dia para que aceitemos as alterações na previdência como fato consumado.
As centrais sindicais estão sentadas esperando que o governo não consiga convencer os parlamentares a aprovar o projeto. Sentadas, esperando a negociação de emendas. Os sindicatos já deviam ter começado a convocar reuniões e assembleias. Já era hora das centrais terem mostrado o caminho da greve geral aos assalariados. De terem começado a organizar o movimento nacional das massas sob a bandeira de “Abaixo a reforma da previdência antitrabalhador”! “Abaixo a reforma da previdência capitalista”!
Sim, o governo é fraco. Não tem nenhum apoio entre a população. Nasceu desmoralizado. Passou por uma onda de denúncias de corrupção. Poderia até ter caído. Mas está de pé. Aprovou a mais violenta das medidas – a reforma trabalhista. Venceu a turbulência, apoiado no Congresso Nacional golpista. E agora retoma a reforma da previdência. Sim o governo é fraco porque tem contra si a maioria oprimida. Mas desorganizada e desmobilizada torna o governo fraco em forte.
Sim, o governo é forte porque conta com o apoio de toda a burguesia e do imperialismo para impor as reformas capitalistas. O governo é forte porque o PT, PCdoB e as burocracias sindicais submetem a classe operária às decisões do Congresso Nacional. Porque agem como agentes da democracia burguesa. Está aí por que Temer pôde impor aos trabalhadores a reforma trabalhista. E poderá impor a reforma da previdência.
É preciso romper a camisa de força da política de conciliação de classes. Nada de esperar para ver! Preparar imediatamente a greve geral. A classe operária já mostrou que é capaz de parar o Brasil. A greve geral de 28 de abril possibilitou emergir as forças vivas do País. Mas as centrais em seguida recolheram o movimento. Desmontaram a luta nacional grevista. Foi assim que Temer ganhou força para seguir adiante.
Os explorados estão novamente diante do mesmo inimigo. Ou se levantam, ou terão de arcar com mais uma das virulentas reformas patronais. O conjunto de reformas e de medidas político-econômicas de Temer expressa as necessidades do capitalismo em decomposição. Só tem a oferecer desemprego, subemprego, miséria e pobreza às massas.
É mentira que com a reforma trabalhista e da previdência se está preparando o País para o crescimento e para o pleno emprego. Ao contrário, a precarização das condições de trabalho e previdenciária afetará negativamente a economia. A verdade é que o governo está impondo as reformas capitalistas para pagar bilhões e bilhões em juros da gigantesca dívida pública. As reformas servem ao parasitismo financeiro. Essa é a mais pura verdade.
Sabemos pela experiência que é preciso a greve geral por tempo indeterminado. Não se trata de vencer apenas o governo golpista, ditatorial, mas de vencer a burguesia brasileira e por detrás dela a burguesia imperialista. O primeiro passo é reorganizar o movimento nacional, frentista e unitário de protesto em todo o País. Agitar e propagandear a greve geral. Formar os comitês de base. Convencer o proletariado a dirigir a greve geral para pôr abaixo a reforma da previdência.