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11 fev 2018
11 de fevereiro de 2018
Com o argumento de que o governo é fraco e não tem votos para impor a reforma da Previdência, a burocracia sindical e parte das esquerdas cruzaram os braços à espera de que nada aconteça. A resistência da alta cúpula da burocracia estatal (judiciário, legislativo, etc.) e de parte dos parlamentares governistas, vinculados eleitoralmente aos estados e municípios, atravancou o andamento do projeto. Nem por isso, Temer abandonou o objetivo da reforma antipopular.
Os capitalistas, tendo à frente o capital financeiro, redobraram as pressões para que o governo “convença” sua base aliada a dar os 308 votos necessários. A campanha diária e cada vez mais ampla em torno da bandeira de que sem a reforma da previdência o País quebra e os prejudicados serão os mais pobres recrudesceu neste momento. O mês de fevereiro como limite para a votação serviu à burguesia e ao imperialismo para apertarem o cerco ao Congresso Nacional. A bancada da bala (policiais) negociou uma alteração no projeto de reforma que poderá auxiliar o governo a se aproximar do quórum de votação exigido. Há, portanto, uma ofensiva por todos os lados para romper o foco de resistência entre os governistas.
Em nenhum momento, o capital financeiro e o governo cruzaram os braços à espera do fracasso momentâneo. O golpe de Estado que derrubou Dilma Rousseff foi conduzido com o claro e expresso propósito de impor aos explorados as brutais reformas trabalhistas e previdenciárias. A ditadura civil de Temer já fez muito aprovando a Lei do Teto, a Lei da Terceirização e a reforma trabalhista, bem como impulsionando o programa de privatizações e desnacionalizações. Mas esse muito pode parecer pouco, caso não consiga impor a reforma da previdência, que, para os banqueiros, é a cereja no bolo das reformas.
Com a Lei do Teto, libertou-se o Orçamento dos gastos sociais vinculados; com a Lei da Terceirização e a reforma trabalhista, demoliram-se os obstáculos da antiga CLT, para os capitalistas poderem explorar mais livremente a força de trabalho; e, com a reforma da Previdência, se esperam mais recursos para o Tesouro Nacional manter a gigantesca dívida pública e a insuportável carga de juros. A união de todas as frações mais poderosas da burguesia nacional para derrubar o governo petista, cassando o voto dos 54,5 milhões que o elegeram, se deu com um acordo sobre as reformas antipopulares e as privatizações antinacionais. A reforma da Previdência, de fato, foi a condutora do movimento golpista. Por injunções da crise política, ficou por último. O capital financeiro fará tudo para que até o último momento desse governo se aprove o projeto.
A sua bandeira é absoluta: “a reforma da Previdência é inevitável, portanto, é melhor que se faça agora”. Esse imperativo é ditado pela dívida pública, da qual dependem o capital financeiro e toda horda de parasitas. Está aí por que as alterações no sistema previdenciário é um dos ataques mais bárbaros às condições de existência das massas. Sacrificarão gerações inteiras para alimentar o funcionamento do capitalismo em decomposição.
O POR tem se apoiado na bandeira: “Não abaixar a guarda”! “Não se submeter ao calendário do Congresso Nacional”! “Não seguir as manobras do governo, dos parlamentares e da burguesia”! “Não se distrair com as disputas eleitorais”! “Organizar os comitês de luta”! “Unir os explorados em torno das reivindicações próprias”! “Partir para a greve geral”!
Agora, a maioria oprimida está diante da retomada da ofensiva burguesa. É urgente responder com a mobilização e a organização. Os operários mostraram disposição de luta na “Assembleia Popular”, convocada pelo Sindicato Metalúrgico do ABC. É preciso mostrar ao conjunto da classe operária que somente pela greve geral, pelos bloqueios e grandes manifestações de rua quebraremos a espinha dorsal da reforma da Previdência e avançaremos contra a implantação da Lei da Terceirização e a reforma trabalhista. Que a centrais e os sindicatos em todo o País convoquem as Assembleias Populares com o claro objetivo de organizar a greve geral e combater nas ruas a burguesia, a ditadura civil de Temer e as reformas antinacional e antipopular.
Não baixar a guarda! Nada de esperar o fracasso do governo! Erguer os punhos cerrados: “Abaixo a reforma da previdência”!