• 13 nov 2019

    O Partido Operário Revolucionário da Bolívia diante do novo “governo de transição” de Jeanine Áñez

 

Comunicado do Partido Operário Revolucionário da Bolívia

Aos trabalhadores, camponeses e todos os oprimidos do país

O Partido Operário Revolucionário diante
do novo “governo de transição” de Jeanine Áñez

13 de novembro de 2019

  1. O novo governo não representa os operários, trabalhadores e camponeses do país. Representa os interesses da burguesia latifundiária-oligárquica, empresarial e serviçal prototransnacional da Bolívia, juntamente aos partidos da velha direita, antinacional, corrupta e antioperária. O governo provisório convocará novas eleições gerais para constituir um novo governo verdugo dos trabalhadores e de todos oprimidos.
  2. O POR se coloca diante desse governo e daquele que possa surgir das eleições, para combatê-lo, organizar a resistência e a luta nas fileiras dos trabalhadores bolivianos. A luta pelas reivindicações dos diferentes setores operários e populares enfrentará a política antioperária e antipopular desse governo e do novo governo, que tentará descarregar o peso da crise econômica sobre as costas dos pobres e despossuídos do país.
  3. O governo do MAS, no qual amplos setores das massas populares se iludiram, acabou se afundando na corrupção e se transformando em agente dos interesses da burguesia nacional boliviana, da oligarquia latifundiária do Oriente, dos empresários (CEPB, CAO, CAINCO, FEGASACRUZ). Por isso, esse capítulo da história da Bolívia se encerrou.
  4. As massas nas cidades se rebelaram contra o governo de Evo Morales, indignadas pela fraude com que pretendeu se manter no poder.
  5. A velha direita, por meio do Comitê Cívico de Santa Cruz, encabeçada por Luís Fernando Camacho, ultradireitista, fascista e racista, apoiando-se em setores da pequena burguesia urbana enriquecida, acabou capitalizando politicamente a rebelião popular; usurpando, dessa maneira, a vitória do povo boliviano.
  6. O governo provisório se sustenta nas Forças Armadas, e convoca os militares a restabelecerem a ordem.
  7. Alertamos que, diante da reação de setores camponeses e sociais, enfurecidos pela presença de Camacho e pela instalação do novo governo direitista, anunciando mobilizações e cerco das cidades, coloca o perigo de enfrentamento com o exército. A disputa entre a velha e a nova direita pode empurrar o país a um estado de guerra civil.
  8. Corresponde à classe operária retornar, imediatamente, a sua ideologia revolucionária e apresentar ao país uma saída revolucionária para a crise política, baseada no princípio da independência política diante dessas variantes políticas dos irmãos gêmeos de classe, nascidas do mesmo ventre: o capitalismo. A classe operária está chamada a dirigir o conjunto da nação oprimida em uma luta revolucionária por um governo próprio dos explorados.
  9. O objetivo estratégico da classe operária é o da luta pela edificação do governo de operários, camponeses e todos os oprimidos, tendo por base a expulsão das multinacionais da Bolívia, expropriação dos grandes meios de produção, novo governo assentado nos órgãos de poder das massas, baseado na democracia direta.
  10. O POR convoca a classe operária e demais explorados a recuperarem a Central Operária Boliviana e os postos de direção setoriais, operárias e populares, que estão nas mãos dos dirigentes vendidos ao MAS, e que prostituíram nossas principais organizações sindicais, para as colocar a serviço dos trabalhadores.

Nem Evo, nem Mesa, nem o fascista Camacho!
Operários ao poder!