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18 nov 2019
Comunicado do Partido Operário Revolucionário da Bolívia
Não ao governo provisório assassino
Por um governo operário-camponês e de todos os oprimidos
18 de novembro de 2019
Diante da firmeza dos bloqueios camponeses às principais cidades e mobilizações radicais de setores dos bairros populares e dos cocaleiros do Chapare, o governo ultradireitista decidiu recorrer à solução militar sangrenta.
O decreto 4078, emitido pelo governo provisório, assinala: “O pessoal das Forças Armadas, que participe das operações, para restabelecimento da ordem interna e estabilidade pública, estará isento de responsabilidade penal, quando, em cumprimento de suas funções, atuem em legítima defesa do estado de necessidade…”. Isto é, os soldados estão autorizados a matar.
Está claro que o governo provisório representa os interesses da burguesia latifundiária, patronal e pró-imperialista. São os mesmos que, até às vésperas, adulavam Evo e que, agora, se desprendem dele, para levar adiante sua política com total liberdade.
O governo do MAS concluiu seu ciclo convertido em um governo a serviço dos empresários, dos milionários agroindustriais do Oriente, e das multinacionais. É tão direitista quanto a velha direita opositora.
Os agitadores radicais do MAS induzem ao enfrentamento com a polícia e o exército, utilizando os setores indígenas mobilizados como bucha de canhão, sob a bandeira de conseguir a volta de Evo, enquanto que suas direções negociam com o governo provisório o espaço político nas próximas eleições.
Os trabalhadores, camponeses e todos os oprimidos não têm nada a ganhar nessa disputa entre a nova direita masista e a velha direita, agrupada em torno do governo provisório fascistizante. Não podemos permitir que essa luta mesquinha arraste o País a um estado de guerra civil, sem perspectiva alguma para os explorados e oprimidos.
O POR coloca-se diante desse governo, e do que possa surgir do processo eleitoral, para combatê-lo, organizando a resistência e a luta, desde as fileiras dos trabalhadores, camponeses e todos os oprimidos.
Convocamos os trabalhadores e todos os explorados a se organizarem em torno de suas próprias reivindicações setoriais e nacionais, a recuperarem a independência política das organizações operárias e populares, a retomarem as bandeiras da luta revolucionária pelo governo operário-camponês e de todos os oprimidos, que liberte o País do saque imperialista e da exploração burguesa, para superar o atraso, a miséria e a fome.
Por pão, trabalho, educação, saúde: Nem Evo, nem Mesa, nem o fascista Camacho!
Operários, camponeses e todos os oprimidos, ao poder!