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15 jun 2020
Breve nota sobre a bandeira do Partido Operário Revolucionário “Em Defesa da Revolução e Ditadura Proletárias”
Partido Operário Revolucionário, 15 de junho de 2020
A reportagem da Globo sobre a manifestação contra o governo Bolsonaro e em defesa da democracia, ocorrida no dia 14 de junho, na Av. Paulista, causou uma particular discussão sobre a bandeira do Partido Operário Revolucionário (POR), em que traz inscrita a defesa da revolução e ditadura proletárias. Excetuando a ignorância ou a deformada compreensão de seu significado histórico, os bolsonaristas vêm procurando se utilizar da reportagem para promoverem falsas notícias. Os mestres em fake news chegam ao ponto de dizer que se trata de “terroristas do Antifas”. Uma outra grosseira estupidez é de acusar a rede Globo de estar promovendo a “ditadura do proletariado”. O notável está no fato do repórter não ter ocultado a participação do POR com a referida bandeira, para qualificar de “inconstitucional”.
Ocorre que o governo Bolsonaro se indipôs, não só com a rede Globo, mas com a grande imprensa, em geral. Seu governo se acha ilhado, mantendo-se em pé graças aos generais de seu governo e, portanto, às Forças Armadas. Acuado, ameaça resolver a crise de governabilidade por meio de um golpe de Estado. Os bolsonaristas, não apenas gritam pelo fechamendo do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, mas também pela criminalização do comunismo. A horda fascista considera comunista até mesmo os democratas de fachada. Embrulha comunismo com terrorismo.
Outro esclarecimento é sobre o POR. Na reportagem do Fantástico, de 14 de junho, foi dito que o POR se extinguiu em 1990. Provavelmente, a produção da Globo nos confundiu com o Partido Operário Revolucionário Trotskista (PORT), de orientação posadista. O PORT foi criado em 1953. Teve como porta-voz o jornal Frente Operária. Não chegou a constituir um programa, sucumbiu no nacionalismo, e acabou dissolvido no PT. Ao contrário, o POR foi criado em 1989, quando realizou seu primeiro Congresso. Ao cumprir 20 anos, em julho de 2009, publicou seu primeiro livro, intitulado “20 anos construindo o programa”. Constam nessa publicação, dez Congressos e cinco Conferências. No seu apêndice, está presente um folheto que esteve na origem do partido, “O reformismo do PT e a falência das esquerdas”, de 1990. Nesse escrito, se faz a crítica programática às várias correntes de esquerda, que abdicaram de formular um programa de transformação socialista, de acordo com as particularidades do Brasil, tendo por fundamento a revolução e ditadura proletárias. A crítica de 1990 indica porque apenas o POR foi o único partido que esteve presente no movimento pequeno-burguês pela democracia com a bandeira da revolução e ditadura proletárias.
Limitamo-nos a esse esclarecimento, uma vez que publicaremos em seguida uma declaração sobre a relação entre a ditadura do proletariado e a ditadura de classe da burguesia; entre a democracia proletária e a democracia burguesa.