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19 maio 2021
Declaração do Partido Operário Revolucionário-POR
Palestina sob ataque
Que os explorados do mundo todo organizem a luta em seus países, para apoiar a luta dos palestinos contra o sionismo colonialista e fascizante!
19 de maio de 2021
Os palestinos acham-se sob o ataque do Estado sionista, apoiado pelo imperialismo. Não se trata do combate entre “terroristas” e as Forças de Defesa de Israel (FDI). Trata-se de mais um massacre organizado e planejado para servir à estratégia expansionista da burguesia israelita. O objetivo: avançar na colonização territorial e na limpeza étnica, nacional e religiosa da Palestina. O que exige destruir qualquer resistência armada e afogar em sangue a revolta dos oprimidos palestinos e povos árabes.
Eis por que os revolucionários jamais condenarão o direito dos oprimidos a resistirem com tudo o que tiveram em suas mãos, para combater o genocídio, racismo e expansionismo colonial sionista. São mais de 220 palestinos, incluindo 36 crianças, mortos por conta dos ataques aéreos e mísseis israelenses contra a Faixa de Gaza. São 12 palestinos-israelenses assassinados pela polícia em protestos e manifestações nos territórios ocupados. Não há outra saída para a nação palestina oprimida a não ser os protestos de rua, greves, bloqueios e a autodefesa das massas. É nesse quadro que apenas sete israelenses morreram. Brutal desproporção que evidencia a prepotência do Estado policial de Israel e do seu sofisticado armamento militar financiado pelos Estados Unidos. O que exige o armamento geral dos palestinos e o apoio militar dos árabes, que não ocorrem devido à política do Hamas e dos governos árabes serviçais do imperialismo. A classe operária e a sua vanguarda revolucionária mundial deve defender o armamento geral do povo palestino, para derrotar o colonialismo sionista e impor a autodeterminação da nação oprimida diante do imperialismo.
Essa é a mais elementar das verdades, porém, vem sendo acobertada, deturpada e distorcida pela imprensa burguesa mundial. Eis por que não conseguem explicar por que os ataques com bombas pelas Forças Armadas de Israel destroem não apenas “objetivos militares”, mas também prédios, que alojam órgãos de imprensa, hospitais, fábricas e até centros de distribuição de vacinas contra a Covid-19. Ocultam que, por trás da retórica do suposto direito à “autodefesa” de Israel contra “terrorismo islâmico”, continuam os massacres de civis, crianças e mulheres. Ocultam que, enquanto se vacinava grande parte população judia, os palestinos que vivem em Israel, assim como nos territórios ocupados, foram privados desse direito básico. Tamanha discriminação é própria do sionismo, que assumiu a forma de fascismo.
São seis décadas de contínuos massacres, assassinatos, cerco militar, anexações e imposição de miséria e fome a milhões de palestinos. Só é possível fazer isto quando se defende, objetiva e conscientemente o genocídio do povo palestinos.
O imperialismo e os governos árabes aconselharam a Netanyahu a frear a escalada dos ataques. Ocorre que as tendências de agravamento da crise econômica, social e política têm impulsionado levantes instintivos das massas exploradas. No Oriente Médio, ameaçam os interesses imperialistas de manter os laços diplomáticos entre as feudais-burguesias árabes e a burguesia sionista. Preocupam-se, especialmente, com a possibilidade de que o chamado mundo árabe seja arrastado para o conflito. E que isso repercuta em maior crise política na região, principal produtora de petróleo. Um levante das massas árabes colocaria em perigo seus esforços de ampliar o intervencionismo imperialista no Oriente Médio. Biden investe na subordinação do Irã, necessária depois da ruptura de Trump com o acordo nuclear. A repercussão do massacre da população palestina entre as massas árabes e persas se converte em maior ódio ao sionismo e ao imperialismo.
Não há novidade no fato dos EUA, União Europeia e demais países vassalos terem se negado a condenar Israel. Eis por que a ONU fracassou em aprovar uma declaração conjunta, para pôr fim aos combates e os conflitos nos territórios ocupados. No entanto, não hesitam em condenar a organização islâmica Hamas, qualificada como terrorista, e exigirem-lhe que pare de responder com foguetes, quase inofensivos, mas que acabam atingindo, um ou outro, as cidades israelenses. O tão propagandeado “direito de autodefesa” de Israel contra o “terrorismo” acoberta o real conteúdo de classe e os interesses do imperialismo e da burguesia sionistas.
O Estado de Israel nasceu e se desenvolveu como um enclave do imperialismo norte-americano na região. Para existir, precisa do expansionismo militar, e da opressão nacional e social sobre a maioria palestina. Não poderá haver paz na Palestina enquanto existir o Estado de Israel, e o imperialismo manter as nações árabes divididas, em conflito e subservientes às potências.
As burguesias árabes se mostraram impotentes para alcançar a soberania nacional. Foi e continua sendo uma fraude histórica de uma Palestina e dois Estados, imposta em 1948, no âmbito da ONU, depois da Segunda Guerra Mundial.
Essa é uma verdade inquestionável que todo revolucionário deve sempre manter presente, para evitar a armadilha dos dois Estados e da retórica humanitária dos genocidas e opressores do mundo. Essa verdade é a base material que serve à vanguarda com consciência de classe para fixar uma posição de princípios e programática, organizativa e tática, para impulsionar a luta dos explorados.
Não é possível acabar com a opressão nacional e social na Palestina, sem destruir o Estado sionista com a insurreição armada das massas oprimidas de toda a região e desenvolver a frente única anti-imperialista contra as potências e as burguesias feudais árabes. A soberania nacional depende da ruptura com o imperialismo e estabelecimento de uma federação de estados socialistas no Oriente Médio, que possibilite a constituição dos Estados Unidos Socialistas do Oriente Médio. O regime de transição ao socialismo é o meio de alcançar a igualdade entre a população palestina e judia. O que somente será possível por meio da revolução proletária.
Neste momento, é preciso fazer uma campanha internacionalista em defesa dos palestinos. Um exemplo foi dado pelos operários portuários de Livorno, na Itália, que se negaram a carregar um envio se suprimentos militares a Israel. Em diversos países (França, Alemanha, etc.), organizaram-se protestos em defesa dos palestinos e contra o terrorismo sionista. Foram violentamente reprimidos pelos governos, sob a justificativa de não permitir “manifestações antissemitas”. Quanta mentira! Quanta hipocrisia! Diferentemente, para os explorados essa é a via para frear e derrotar o terrorismo e colonialismo sionista.
A grande dificuldade de realizar esta campanha de conjunto é a ausência da direção revolucionária mundial do proletariado, do Partido Mundial da Revolução Socialista. A crise de direção se manifesta como obstáculo para o internacionalismo proletário. Mas objetivamente os explorados sentem a necessidade de reagir à crise geral do capitalismo e ao recrudescimento da opressão imperialista. A mobilização em defesa dos palestinos é parte da luta pela elevação da consciência de classe dos explorados e pela superação da crise de direção. É preciso trabalhar para recuperar as forças dos oprimidos, contidas pela pressão da burguesia e seus governos, mas também pela paralisia das direções das organizações de massa, que se negam a organizar os explorados no campo da independência de classe e com os métodos próprios da luta de classes.
Pelo direito das massas palestina a recorrer à luta armada contra seus opressores! Erguer a frente única anti-imperialista! Pelo fim do estado genocida e colonialista de Israel! Organizar protestos contra o massacre dos palestinos em nossos países! Viva o internacionalismo proletário! Por uma Palestina una e socialista!