Associação 1º de Maio de Cultura Operária

Associação 1º de Maio de Cultura Operária

Aos trabalhadores e à juventude oprimida

24 de outubro de 2021

Há muito esperávamos criar uma associação voltada à classe operária, aos demais trabalhadores e à juventude. Decidimos colocar um nome que expressasse o 1º de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores, cuja história está marcada pela luta de classes, e pela necessidade da emancipação geral dos explorados da escravidão capitalista. Eis por que a Associação, que dá os seus primeiros respiros, deita raízes no 1º de Maio de 1886, quando fábricas, transportes e comércio foram paralisados, por uma poderosa greve, em Chicago, Estados Unidos. A massiva passeata na Av. Michigan demonstrou a disposição de luta dos trabalhadores contra a brutal exploração patronal, e em defesa de suas condições elementares de existência. É nesse momento que se abre caminho à luta internacional pela jornada de 8 horas de trabalho. No dia 3 de maio, a polícia atacou os grevistas, diante da fábrica McCormick Harvester, seis deles perderam a vida. As lideranças acabaram sendo presas e acusadas de ato terrorista, pela explosão de uma bomba, que nunca teve comprovada sua procedência. Em um julgamento favorável ao patronato, em 9 de outubro, foi decretada a pena de morte de Georg Engel, Adolph Fischer, Albert Parsons, Louis Lingg e August Spies; a prisão perpétua de Samuel Fielden e Michael Schwab; e 15 anos de prisão a Oscar Neebe.

O esmagamento a sangue da greve de 1º de Maio, e o assassinato autorizado pela Justiça de 5 lideranças mais destacadas, se tornaram um marco para o movimento operário mundial.  Em 1889, no 1º Congresso da II Internacional, foi proposto transformar o 1º de Maio em Dia dos Trabalhadores. No seu 2º Congresso, de 1891, foi aprovado o 1º de Maio como data a ser lembrada, e utilizada para a unificação das reivindicações e das lutas operárias. Essas são as raízes históricas do 1º de Maio, em que nossa Associação se apoia. É necessário ainda reconhecer a importância que, no Brasil, teve o 1º de Maio, no início da organização dos sindicatos, das greves e das manifestações, em defesa de reivindicações, como a jornada de trabalho de oito horas e direitos trabalhistas.

A ideia de Cultura Operária vem no sentido de que a luta do proletariado contra a exploração e por sua emancipação da dominação capitalista possibilita separar a cultura burguesa, que serve à exploração, da cultura operária, voltada à emancipação. A classe operária tem uma longa história de organização, de lutas e de revoluções. É nessa história que os oprimidos vêm forjando, há séculos, uma cultura oposta à de seus opressores. A base da luta proletária contra a dominação capitalista se encontra no socialismo científico, de Marx e Engels. Aí está, portanto, a fonte da formação cultural da classe operária e de todos os explorados.

As experiências da luta de classes vão sedimentando o processo de elevação da consciência política, ideológica e cultural das massas. É imprescindível, no entanto, que um destacamento avançado encarne o socialismo científico, como teoria, programa e diretriz prática. O partido proletário e os sindicatos são as mais importantes escolas da classe operária. É por meio deles que os explorados se defendem da exploração, repressão e doutrinação capitalistas.  A luta do partido, por transformar os instintos de revolta dos trabalhadores em consciência, organização e política de classe, depende de sua assimilação do socialismo científico. É nesse processo de luta de classes que se separa a cultura socialista da cultura capitalista.

O objetivo da Associação 1º de Maio de Cultura Operária é o de promover o socialismo científico, que permita a todos os operários entenderem a tarefa da destruição da sociedade de classes, da construção da sociedade sem classes, e da emancipação do conjunto da sociedade de toda forma de opressão do homem pelo homem.

A Associação 1º de Maio de Cultura Operária é fundada neste ato-político, que o POR realiza, pelos 104 anos da Revolução Russa.  Momento em que é lançado e discutido o livro “Lênin estrategista da revolução proletária. Apontamentos sobre a história do Partido Bolchevique”. Temos a certeza de que nossa Associação cumprirá um importante papel auxiliar na luta pelo socialismo científico.

Viva a Associação 1º de Maio de Cultura Operária