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13 nov 2024
O G20 é uma cúpula do imperialismo
Fora o G20 do Brasil!
Constituir a frente única anti-imperialista
O G20 nasceu por iniciativa do G7 em função da crise econômica mundial da década de 1990. Os Estados Unidos estiveram à frente do objetivo de subordinar os países de economia atrasada (“emergentes”) aos interesses do capital financeiro e dos monopólios. A premissa de “cooperação” não passou de máscara das potências para ditar suas diretrizes aos países oprimidos e arrastar a China e a Rússia restauracionistas à ordem internacional ditada após Segunda Guerra Mundial. O G20 serviu de caixa de ressonância do Consenso de Washington, criatura do que denominou neoliberalismo. O programa básico continha e contém as contrarreformas (trabalhista, previdenciária etc.), as privatizações, abertura das fronteiras dos países semicoloniais à livre penetração do capital imperialista, garantia da “propriedade intelectual” (patentes). A ideia de fazer do G20 um “conselho de cooperação econômica”, gerenciado por ministros da Economia e presidentes do Bancos Centrais, na realidade, tinha e tem por fundamento subordinar as políticas econômicas das nações oprimidas e, em particular, da China e Rússia restauracionistas. No fundo, suas medidas implicavam descarregar a crise sobre os elos mais débeis da economia mundial.
A 1ª Cúpula do G20 ocorreu em 2008, nos Estados Unidos. A linha geral de suas determinações foi a de proteger o sistema financeiro que desabava. Proteção essa que seria gerenciada pelo FMI e Banco Mundial. A derrocada começou nos Estados Unidos, se espalhou para as demais potências e atingiu os países de economia atrasada. O restabelecimento da ordem correspondia a ações em que os Estados nacionais socorriam os banqueiros, investidores e especuladores da Bolsa De Valores.
A última Cúpula de 2023, realizada na Índia, evidenciou o agravamento dos desequilíbrios mundiais, manifestados na década de 1990 e 2000. O preceito do “desenvolvimento sustentável” não tinha outro sentido senão impor aos países atrasados o ônus da crise climática, de um lado, e a garantia da manutenção das gigantescas dívidas públicas e rebaixamento das fronteiras nacionais. Evidentemente, não faltou a hipocrisia da socialdemocracia imperialista em torno à “igualdade de gênero” e melhoria das condições de saúde. A história das 18 Cúpulas demonstra que não houve nenhuma resposta que de fato protegesse as mações oprimidas do processo de decomposição do capitalismo.
A 19ª Cúpula que se realiza no Brasil, Rio de Janeiro, ocorre em um momento que a guerra comercial dos Estados Unidos e aliado contra a China se intensifica, a guerra na Ucrânia se prolonga por quase três anos, a guerra israelense contra a Faixa de Gaza e Líbano ameaça a se generalizar por todo o Oriente Médio, as sanções econômicas contra a Rússia atingem a economia europeia, a escalada militar se potencia e proteja a sombra de uma conflagração militar que pode ser o prelúdio de uma Terceira Guerra.
O recrudescimento do protecionismo praticado pelos Estados Unidos e potências europeias agrava o choque entre as forças produtivas e as fronteiras nacionais. O que dificulta ainda mais o já baixo crescimento mundial, fortalecendo as tendências à estagnação e à recessão. A julgar pelo programa de Trump, vencedor das eleições, a guerra comercial contra a China atingirá o patamar mais elevado, que resultará em reflexos negativos para o crescimento asiático e para os países que dependem das potentes importações chinesas, como é o caso do Brasil. Certamente, o crescimento da onda ultradireitista estará presente na 19ª Cúpula do G20.
A presença de Biden mal disfarçará a derrocada da política dos democratas, que se difere da dos republicanos apenas em aspectos e graus, no que diz respeito à orientação imperialista. A presença de Macron segue a sombra de Biden. A participação da China está condicionada a suportar as investidas dos Estados Unidos contra seu crescimento econômico e sua expansão mundial. A Rússia não pôde ser representada pelo seu presidente Putin, porque foi condenado por um tribunal que serve ao imperialismo. Essa relação de força permitir prognosticar que essa Cúpula não será capaz de tomar medidas no sentido de reanimar a economia mundial, pôr fim às guerras e estancar a escalada bélica. Reproduzirá em pior situação os interesses das potências, evidenciando uma maior dissenção entre os Estados Unidos, de um lado, e a China e Rússia de outro. É esperada a teatralização em torno à questão climática e as novas tecnologias, sob a insígnia do “desenvolvimento sustentável” e “ajuda” aos países mais pobres.
O Brasil servirá de anfitrião aos choques de interesses do capital mundial e Lula, de serviçal das potências econômicas. A população brasileira assistirá à distância as negociatas entre os países que no final das contas serão descarregadas sobre os assalariados, os camponeses e as camadas mais pobres da classe média urbana. Nesse exato momento, os ministros Haddad e Tebet estão com um pacote preparado que atingirá os trabalhadores em geral, aposentados, doentes e pensionistas. Essas medidas, sem dúvida, seriam aplaudidas pelo G20.
A CUT e as demais centrais colaboracionistas estão caladas, à espera de que o governo Lula se saia bem, estando premido tanto pela oposição ultradireitista quanto pelos “aliados” de direita. Apenas a CSP-Conlutas se pronuncia contra o G20 e organiza uma manifestação.
Trata-se da vanguarda com consciência de classe trabalhar para que a bandeira “Fora o G20 do Brasil!” seja assumida pela classe operária, pelos demais explorados e pela juventude oprimida. A manifestação deve se pronunciar pela constituição de comitê de frente única anti-imperialista. Esses comitês, se erguidos, podem realizar as companhas pelo fim das guerras de dominação, pelo direito à autodeterminação das nações oprimidas, pelo fim do genocídio contra o povo palestino, pelo programa de reivindicação dos assalariados, pela expropriação do grande capital, pela transformação da propriedade privada dos meios de produção em propriedade social e pelo socialismo.
O Partido Operário Revolucionário (POR) trabalhou pela realização do ato contra o G20. Traz para o movimento as bandeiras: O G20 é uma cúpula do imperialismo. Fora o G20 do Brasil! Constituir a frente única anti-imperialista! O POR chama a CSP-Conlutas a fazer uma campanha junto aos sindicatos e demais centrais pela convocação de um Dia Nacional de Luta, em defesa dos empregos, salários e direitos, pela derrubada das contrarreformas de Temer e Bolsonaro e pelo combate às contrarreformas antinacionais e antipopulares do governo Lula.