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05 dez 2024
Combater a política de morte de Tarcísio e Derrite
Enfrentar a barbárie capitalista com o programa e os métodos da luta de classes
Mais uma vez, um conjunto de casos de violência policial estampam os jornais. Mais uma vez, o governador Tarcísio de Freitas e outras figuras políticas emitem notas hipócritas sobre as apurações que serão feitas. Mais uma vez, nos reunimos em manifestação contra a política de assassinatos do governo de SP executada pela Polícia Militar. É preciso combater. É preciso organizar os trabalhadores para lutar por suas necessidades, o que inclui o fim da polícia assassina!
Há pouco mais de um mês, o jovem Gabriel Soares foi brutalmente assassinado por um PM de folga na frente do mercado Oxxo, na Zona Sul. Agora, com os vídeos das câmeras de segurança, o caso voltou à tona. A ação fria do PM que disparou 11 vezes pelas costas de Gabriel mostram até que ponto chegou a barbárie sobre as massas empobrecidas, principalmente os negros. No mesmo dia em que esse vídeo ganhou circulação, outro chamou atenção: um policial atirou um rapaz de uma ponte, sem mais nem menos, enquanto era detido em uma blitz. No dia 20 de novembro, um estudante de medicina foi morto numa abordagem policial na Zona Oeste da capital depois de ter batido no retrovisor da viatura. No dia 5 de novembro, um menino de 4 anos foi morto por uma bala perdida em Santos. No fim de outubro, depois de matar dois jovens na cidade de Bauru, que estavam em um suposto confronto com a polícia, os PM invadiram o velório, prenderam o irmão de um deles e arrastaram a mãe dos jovens pelo chão. As operações Escudo e Verão, no início do ano, deixaram um rastro de sangue e 84 mortes. Vale lembrar que no dia 1º de dezembro, completaram 5 anos do massacre de Paraisópolis, de responsabilidade da polícia do então governador João Dória, que vitimou 9 jovens.
Cenas como essas e outras piores acontecem o tempo todo, mas o fato de serem filmadas e divulgadas cumprem a função de denúncia. Ainda nesta semana, outro caso explodiu nas redes, um PM de Pernambuco matou um mototáxi a queima-roupa por se recusar a pagar uma corrida de R$ 6,98. Tudo isso, aliado aos recentes dados da pesquisa “Pele Alvo: a cor da violência policial”, que mostram, entre outras coisas, que, em 2023, 7 pessoas foram mortas a cada 24 horas pela polícia. Em SP, o número de mortes avançou 21,7%, no primeiro ano do governo Tarcísio. De janeiro a setembro deste ano, o número de pessoas mortas pela PM em SP cresceu 82% comparado com o ano passado. Está claro, a polícia é o braço armado do Estado e serve para proteger a propriedade privada e para isso, vai matar e violentar a população pobre. É preciso combater a polícia de Tarcísio.
A bandeira dessa manifestação: “Tarcísio e Derrite, parem de nos matar! Ato pelo fim da violência policial contra os corpos negros e periféricos”, expressa a necessidade urgente de parar a matança e denuncia que as balas da polícia não são ao acaso, são disparadas contra os pretos e pobres. É preciso, então, organizar a luta, para que as denúncias não caiam no esquecimento ou nas manobras da justiça burguesa. O papo furado de Tarcísio e Derrite já ganhou os jornais, dizendo que vão investigar os casos pontuais de violência e que esses casos não podem manchar a honra da polícia. É preciso rechaçar as maquinações burguesas e pequeno-burguesas e seguir um caminho de classe próprio, um caminho proletário para responder aos crimes de classe da burguesia e de seus governos.
A maioria da população de SP e do país, vive sob as condições mais precárias de existência, milhões estão desempregados, subempregados ou profundamente explorados em trabalhos massacrantes. O medo da polícia é consequência dessa condição de exploração. A tarefa de levantar um movimento contra a violência policial passa por colocar as massas em movimento por suas necessidades mais sentidas, só assim o medo da polícia poderá ser superado. Aí está a responsabilidade das organizações da juventude e dos trabalhadores em convocar as manifestações e organizar a luta. Os estudantes devem se apoiar nas experiências passadas de ocupação e greves, e convocar as assembleias nas escolas e universidades. Os sindicatos têm responsabilidade em organizar a luta dos trabalhadores que sofrem da dupla opressão, a exploração do trabalho e a violência policial.
Que esta manifestação seja o ponto de partida para um amplo movimento de luta, organizada desde as bases estudantis e operárias, contra Tarcísio e Derrite e sua política de morte sobre a juventude preta e pobre.
Convocar as assembleias para formar os comitês de luta e autodefesa!
Que as organizações estudantis e os sindicatos convoquem imediatamente um Dia Nacional de Luta, com paralisações e bloqueios, por um programa próprio de reivindicações, incluindo o fim da polícia, da violência e a responsabilização total de Tarcísio e Derrite!
Constituir um Tribunal Popular para julgar e punir os crimes de classe da burguesia!