• 25 abr 2025

    Israel e os EUA avançam sua ofensiva contra a Faixa de Gaza

Israel e os EUA avançam sua ofensiva contra a Faixa de Gaza

Nova proposta de cessar-fogo representa a rendição completa do Hamas

Aproxima-se o dia 15 de maio, dia da Nakba, quando se marca a catástrofe palestina desde a criação do Estado sionista de Israel, em 1948. A destruição, o cerco, as anexações de territórios, a migração etc., marcaram todo o período para os palestinos. Mas a partir de 8 de outubro de 2023, a quantidade se transformou em qualidade na barbárie sobre o povo palestino. A burguesia imperialista rasgou mais uma vez o véu da moralidade, e transmitiu o genocídio em rede mundial.

Os palestinos estão vendo seu território ser devastado, suas crianças, mulheres e idosos mortos aos milhares, sua infraestrutura ser transformada em frangalhos. No dia 23 de abril, uma escola que havia sido transformada em abrigo foi bombardeada deixando ao menos 23 mortos. Essa escola entrou para a estatística de aproximadamente 90% das casas e prédios em Gaza que foram afetadas de alguma forma com os bombardeios. O Ministério da Saúde de Gaza informou que uma campanha de vacinação contra a poliomielite, destinada a atingir mais de 600.000 crianças, foi suspensa, levando ao risco de ressurgimento de uma doença debilitante que já havia sido praticamente erradicada. Isso em um contexto de 60.000 crianças que já apresentam sintomas de desnutrição. A velha tática de guerra de cercar o adversário para impedir a chegada de alimentos e outros suprimentos, tem sido amplamente utilizada em Gaza.

A retomada dos ataques de Israel depois do cessar-fogo foi ainda mais violenta. Já matou mais de 2 mil pessoas, chegando ao total de aproximadamente 52 mil desde outubro de 2023. Os objetivos do Estado sionista, apoiado integralmente pelos EUA, são o de liquidar a resistência armada, principalmente o Hamas, anexar o que resta do território palestino, estabelecer um governo local pró-imperialista, como parte do controle sobre toda a região do Oriente Médio. Os interesses econômicos do imperialismo sobre a região são o fator determinante nessa guerra.

O imperialismo ainda conta com a política conciliadora da Autoridade Palestina (AP) que governa a Cisjordânia. Recentemente, o líder da AP, Mahmoud Abbas, clamou pela libertação dos reféns para “bloquear pretextos” por parte de Israel. Defendendo na prática o desarmamento e rendição da resistência de Gaza. Esta linha está de acordo com a nova proposta de paz que vem sendo costurada pelo Catar, Egito e EUA. Seus termos principais foram assim noticiados: trégua de cinco a sete anos, libertação de todos os reféns em troca de prisioneiros palestinos, e fim da guerra. O Hamas deve aceitar deixar suas armas em um depósito sob vigilância permanente e ceder o controle de Gaza a uma administração de tecnocratas palestinos.

Desgraçadamente, essa proposta vem ganhando a luz do dia sem um movimento internacional das massas que pudesse fortalecer as posições dos palestinos. Aconteceram grandes manifestações em alguns países como Marrocos e Argélia, mas de forma isolada, sem uma direção internacional, permanecem no âmbito da denúncia. No Brasil, a principal bandeira levantada pelo movimento pró-Palestina, a de que o governo Lula rompa as relações com Israel, permanece no campo da solicitação quase formal. Com a ausência dos sindicatos e grandes movimentos, não se trabalha para impor essa bandeira ao governo burguês de Lula, o que só seria possível através dos métodos próprios da classe operária e demais trabalhadores, as greves, os bloqueios de portos e aeroportos, as ocupações etc.

Eis a necessidade de formar uma Frente Única Anti-imperialista, que transforme os movimentos em cada país, em partes de um grande movimento internacional contra o sionismo, o imperialismo e suas guerras de dominação, pelo fim do genocídio, contra as anexações e pelo direito à autodeterminação da nação oprimida. Essa tática da Frente Única, orientada pela estratégia de uma República Socialista da Palestina, como parte dos Estados Unidos Socialistas do Oriente Médio, é a única que pode dar um caminho para uma Palestina verdadeiramente livre.