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13 ago 2018
13 de agosto de 2018
Eleições 2018
Não vamos arredar pé!
Mantemos o nosso voto nulo contra a farsa eleitoral
Lutemos pelas nossas reivindicações
Com o voto nos partidos da burguesia, não se muda nada
Defendemos nossas vidas com greves, manifestações e bloqueios
Nada tem mais valor do que nossa independência de classe!
Vamos construir o Partido Operário Revolucionário!
Nos 80 anos da IV Internacional, construamos o Partido Mundial da Revolução Socialista!
Trabalhadores, a campanha eleitoral se iniciou. Os meios de comunicação monopolistas fizeram as primeiras apresentações dos candidatos. O PT, por enquanto, ficou fora, até que Lula seja substituído. Mas, já está definido o quadro das candidaturas. Nenhuma expressa o programa, as necessidades da maioria explorada e a luta revolucionária contra a burguesia. Nenhuma permite que a classe operária utilize as eleições para construir seu partido e combater os capitalistas exploradores no seu próprio campo de dominação.
Todos os partidos estão preocupados com a desconfiança de milhões de brasileiros. As pesquisas de intenção de voto mostram que é grande a quantidade de abstenção (não ir votar), de voto nulo e branco. Já faz algum tempo que os explorados vêm rejeitando o eleitoralismo. Estão cansados de tanta promessa e mentira. Agora, nota-se o aumento do repúdio das massas aos partidos da burguesia, aos governos que descarregam a crise do capitalismo sobre quem trabalha duramente, ao Congresso Nacional formado de interesseiros, de serviçais dos latifundiários, do agronegócio, dos banqueiros, dos industriais, das multinacionais, da construção civil e dos serviços.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai lançar uma campanha contra a abstenção. Os partidos pedem para que a população não deixe de ir às urnas. As emissoras de rádio e televisão insistem que os eleitores não percam seus votos e que escolham os melhores candidatos. Os sindicalistas, que seguem os vários partidos da burguesia, estão sendo instruídos a convocar a classe operária a ir votar. Montou-se uma grande frente da direita à esquerda, da imprensa monopolista às centrais sindicais, para mudar a tendência pela abstenção, pelo voto nulo e branco. Todos falam a mesma língua eleitoreira. Todos insistem na farsa do poder do voto popular. Todos inventam uma democracia que nunca existiu, nem existirá.
Somente nesses momentos é que se dirigem aos explorados, aos pobres e miseráveis. Até as eleições de outubro, os trabalhadores e a juventude vão ser lembrados e reconhecidos como brasileiros que padecem de todos os males da pobreza, da falta de saúde, do ensino precário, do desemprego, do subemprego, da violência, das discriminações, etc. Os candidatos se apresentam como bons samaritanos, como reparadores das injustiças, como portadores das soluções mágicas, como seres honestos e cheios de bons propósitos. Há aqueles que se dizem inspirados por Deus e Jesus, que estão na política por conta de uma missão divina e que por isso têm seus caminhos iluminados pelo Espírito Santo.
Na realidade, todos estão atados aos exploradores capitalistas. Todos prestarão contas aos grandes proprietários, àqueles que sugam as energias dos trabalhadores, que pagam um salário de fome, que aplicam a reforma trabalhista, que recorrem à terceirização e às demissões, para proteger seus lucros. Todos, de uma maneira ou de outra, mais direta ou indiretamente, acabam servindo ao interesses dos capitalistas. Os explorados, assim, são convocados a votar em seus próprios exploradores, em seus algozes permanentes. A votar nos partidos que manterão a lei anti-greve, que colocarão a polícia para esmagar a revolta dos oprimidos, que acobertarão os assassinos de camponeses e que já têm no bolso um projeto de reforma antipopular da previdência.
Há os candidatos mais à esquerda, que se pretendem aparentar como mais populares, mais ligados às necessidades do povo e mais democráticos. Prometem revogar a reforma trabalhista, taxar as grandes fortunas, distribuir melhor o orçamento da União e reduzir as disparidades sociais. No entanto, todos, sem exceção, estão submetidos ao capitalismo, ao regime de exploração do trabalho e à grande propriedade burguesa dos meios de produção.
Não há embuste, mentira, maior que a dos reformistas, que procuram convencer os explorados de que a solução de seus problemas virá do voto bem dado e da constituição de uma bancada parlamentar progressista, voltada ao povo e consagrada à distribuição de renda. Falsificam a realidade econômica do País e ocultam as relações de classe em nome de reformas populares. Ocultam que o capitalismo é um regime social em decomposição e que não tem como ser reformado em favor da maioria oprimida. Hoje, os reformistas se vestem de esquerda popular; amanhã, fazem parte da contrarrevolução.
A direita burguesa também oculta a brutal exploração do trabalho e a opressão imperialista, porém, está obrigada a defender as reformas antinacionais e antipopulares da ditadura civil de Temer. Apoia-se na experiência do governo nacional-reformista do PT para mostrar que não fez o que agora volta a prometer nas eleições. Certamente, a direita constitui o principal pilar da contrarrevolução. É por meio dessa disputa que os explorados são arregimentados a votar nos partidos que manterão o capitalismo apodrecido, a fome, a violência da minoria contra a maioria e toda sorte de barbárie.
Essas eleições têm uma particularidade. Ocorrem depois de dois anos do golpe de Estado, que eliminou o voto de 52 milhões de brasileiros, derrubou o governo de Dilma Rousseff, instalou uma ditadura civil, impôs as reformas antipopulares, prendeu Lula e cassou seus direitos políticos. Nenhum governo eleito revogará a Reforma Trabalhista e a Lei da Terceirização. Poderá ser da direita ou da esquerda burguesa (ou pequeno-burguesa). E nenhum governo deixará de retomar a reforma da previdência. Repetimos essa previsão, não apenas para ficar na memória dos explorados, mas, principalmente, para lutar pela sua independência política e organizativa, diante dos partidos que trabalham por arrastar os oprimidos atrás de sua política burguesa.
A classe operária deve ter sua política contrária à política da classe burguesa. Quando segue os partidos burgueses, é porque não tem independência, está subordinada aos seus exploradores. A independência se conquista construindo seu partido revolucionário. Quanto mais servir às disputas eleitorais dos seus algozes, mais dependência terá a classe operária. A desconfiança e a rejeição nas eleições indicam que os explorados estão fartos de seguir os partidos da burguesia. É uma revolta instintiva, que se forma e cresce com o desemprego, subemprego, miséria e fome.
Os escândalos de corrupção, que atingiram todos os partidos da burguesia, incluindo o PT, revelaram que a política burguesa é podre. As massas sofrem, no dia-a-dia, para sobreviver à míngua, enquanto deputados, senadores, juízes, procuradores e governos usam o poder do Estado para terem privilégios e meios de enriquecimento, sem gastar uma só gota de suor. Corrupção e parasitismo social são próprios do capitalismo e, portanto, da classe burguesa, cuja única função é a de explorar os milhões de trabalhadores.
O Estado, seu parlamento, seu sistema judiciário e militar são um gigantesco parasita. Existem à custa da brutal exploração da maioria. Funciona somente para garantir os interesses da minoria exploradora. A revolução proletária porá abaixo essa máquina. Constituirá um Estado Operário transitório, inteiramente apoiado na democracia da maioria oprimida e em suas organizações próprias. Para isso, é preciso erguer o partido que guiará a luta direta das massas por suas reivindicações, por seu programa de transformações e por uma estratégia própria de poder.
Somente o partido revolucionário poderá expressar os interesses gerais e imediatos dos trabalhadores da cidade e do campo. Essa é nossa luta pela independência da classe operária, que, no momento, se coloca diante das eleições burguesas, fraudulentas e antidemocráticas.
Operários, camponeses, trabalhadores da classe média e juventude, vamos nos colocar sob a bandeira de VOTO NULO, PELA CONSTRUÇÃO DO PARTIDO OPERÁRIO REVOLUCIONÁRIO! Levantemos nossas reivindicações contra a pobreza, miséria e fome! Lutemos com os métodos próprios de explorados e oprimidos, que são os da greve, manifestações e bloqueios! Gritemos não ao eleitoralismo burguês e sim à ação direta e coletiva das massas! Esse é o caminho de nossa independência! Esse é o caminho de nossas conquistas!