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30 abr 2021
Viva o 1º de Maio presencial, operário, socialista e internacionalista!
Recuperar as forças organizadas dos explorados!
Organizar um movimento em defesa do programa de emergência próprio dos trabalhadores!
Ganhar as ruas imediatamente, pela vacinação de toda a população, a começar pelos pobres e oprimidos!
Por um Dia Nacional de Luta nas ruas, em defesa dos empregos, salários e saúde pública, com paralisações e preparação da greve geral!
Rechaçar a passividade criminosa das centrais sindicais!
Não às disputas eleitorais sobre os milhares de cadáveres da pandemia!
Nada de lançamento de candidaturas e frentes eleitoreiras!
Enfrentar o governo militarista e fascistizante de Bolsonaro com o programa de emergência, os métodos e a estratégia de poder do proletariado!
Trabalhadores e juventude oprimida, temos nossas próprias reivindicações, nossas próprias formas de luta e nossos objetivos políticos. Ninguém mais do que nós sente a dor das 400 mil mortes. Ninguém mais do que nós padece com as demissões, o desemprego, o subemprego, a pobreza, a miséria e a fome. Ninguém mais do que nós se ressente do miserável “auxílio emergencial”. Ninguém mais do que nós tem a ideia do que é receber a ordem patronal de que nossos salários vão ser reduzidos! Ninguém mais do que nós sabe o quanto humilhante é ter de enfrentar as filas de alimentos concedidos por nossos escravizadores. Há mais de um ano, estamos suportando esse peso! Peso que não diminui, só aumenta.
Os governadores, liderados por Doria, dizem que temos de fazer o isolamento social. Bolsonaro, seus militares e seu bando de politiqueiros dizem que não temos de acatar as ordens dos governadores. Doria diz que tudo tem feito para conseguir as vacinas, mas que Bolsonaro não está por “salvar vidas”. Entra mês e sai mês, e continuamos sendo arrastados aos hospitais, que já não têm nem mesmo oxigênio suficiente nas UTIs. Todo dia, temos notícias de que parentes, amigos e vizinhos foram vítimas da Covid e dos hospitais sobrecarregados. Por cima de nossos cadáveres, os governantes burgueses travam suas disputas políticas. Os governadores, ora recorrem ao isolamento de uma parte dos trabalhadores, ora o flexibilizam. No final das contas, temos de ir ao trabalho, tomar os transportes superlotados, ou então sair às ruas, para ganhar o pão de cada dia. Cada vez que se agrava a contaminação, os leitos não dão conta, e aumentam as mortes. Vemos, assim, que os governadores não são capazes de impor o isolamento geral. E, quando se veem obrigados a fechar o comércio e desativar os serviços, pagamos com a redução salarial e as demissões.
Que alternativas os governantes nos oferecem? Ou suportamos as demissões, ou enfrentamos a contaminação. Ou aceitamos a redução salarial, ou rezamos para escapar da dilaceração pulmonar. Quem não vê que a burguesia e os seus governantes – de Bolsonaro a Doria – nos estão conduzindo como uma manada desorientada e cega? Quem não vê que nós, explorados, deixamos nossos destinos – nossas vidas, nossa saúde, nossos empregos e nossos salários – nas mãos dos exploradores? Como fechar os olhos diante do fato de que Bolsonaro e governadores governam para a burguesia, e não para a classe operária? Como desconhecer que, em primeiro lugar, vêm os interesses dos capitalistas, e, por último, as necessidades dos trabalhadores?
E a vacinação, que anda a passos lentos? Está mais do que óbvio que os monopólios seguram a produção e a distribuição. Os meios industriais, financeiros e científicos existem, mas estão sob o controle das corporações e dos países imperialistas. Estamos em plena guerra comercial e busca do lucro pelos poderosos capitalistas. Quem não vê que o imperialismo é responsável direto pela monopolização da vacina? As disputas políticas entre Bolsonaro e os governadores são reflexos dos mais altos interesses das potências e dos laboratórios.
Diante das evidências de que a burguesia e os seus governantes não podem proteger os explorados, e o imperialismo, cooperar com as nações de economia atrasada e semicolonial, a passividade das direções e a política de colaboração das centrais, dos sindicatos e dos movimentos, com os exploradores, são as responsáveis pela confusão, desespero e dispersão da classe operária e dos demais trabalhadores.
Trabalhadores e juventude oprimida, as tarefas colocadas pela crise sanitária, econômica e política são: 1) responder à impossibilidade da burguesia e dos seus governantes de defender a maioria oprimida da pandemia; 2) reagir ao fechamento de fábricas e de comércio; às demissões e à redução salarial; 3) enfrentar o desemprego, o subemprego e a informalidade; 4) levantar a bandeira de erradicação da miséria e da fome; 5) exigir a vacinação universal, a começar pelos pobres e miseráveis; e o abastecimento de remédios e componentes necessários à UTI; 6) concentrar toda a capacidade econômica e humana no combate à pandemia, e na defesa da população; estatizar, sem indenização, todos os meios de produção e de distribuição da vacina; 7) formular o programa de emergência dos trabalhadores, tendo por base esses seis pontos; 8) trabalhar para que as centrais, sindicatos e movimentos convoquem imediatamente um Dia Nacional de Luta, em defesa do programa de emergência; que se empenhem para que seja um dia paralisações e manifestações; que se criem as condições para a greve geral; 9) romper a política de colaboração de classes, que tem servido à burocracia sindical, para manter os explorados à mercê da burguesia e de seus governos. Essas tarefas permitem constituir uma frente única em defesa da vida das massas; de enfrentamento ao governo Bolsonaro; e de combate anti-imperialista.
O POR tem como estratégia de poder o governo operário e camponês, expressão da revolução e ditadura de classe do proletariado. Chama os explorados a não confiarem nas disputas eleitorais em curso, potenciadas pelo naufrágio do governo Bolsonaro, e pela possível candidatura de Lula. É imperativo manter firme o curso da organização do movimento calcado nas necessidades dos explorados e na sua estratégia própria de poder. As forças da política burguesa preparam o caminho que desvia a revolta latente no seio da maioria oprimida.
A negação das direções sindicais e políticas em realizar um 1º de Maio presencial, operário e combativo é a prova de que continuam submetidas e perfiladas em torno à fracassada política burguesa do isolamento social. Os embusteiros não têm como ocultar sua submissão aos governantes, utilizando-se do argumento de que estão contribuindo para que não haja aglomeração e diminuição da contaminação. Em sua maioria, os trabalhadores têm sido obrigados a se aglomerarem nos transportes coletivos. Obrigados a irem ao trabalho. Assim, as massas permanecem desprotegidas. Em meio a essas condições, os trabalhadores precisam se defender com suas próprias forças. É lutando nas ruas, que serão impostas as condições eficazes de combate à pandemia e de proteção sanitária das massas.
A realidade social se choca frontalmente com a impostura dos “salvadores da vida” e “humanitaristas amenizadores da fome”. Isso se vem passando em todo o mundo, o que mostra a gravidade da crise de direção revolucionária. O capitalismo se desintegra e empurra as massas ao precipício da barbárie. Não há outra via, senão a de lutar pela expropriação da burguesia e transformação da propriedade privada dos meios de produção em propriedade social.
Trabalhadores e juventude oprimida, o 1º de Maio deve levantar a bandeira “Chega de passividade!”, chega de permanecer sob as asas dos governadores, incapazes de enfrentar Bolsonaro e seus generais! Chega de ocultar a responsabilidade do imperialismo e dos monopólios da vacina! Passemos à luta organizada! Trabalhemos por recuperar as forças sociais da classe operária e dos demais trabalhadores!
Viva o 1º de Maio presencial, operário, socialista e internacional!