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02 ago 2023
Desde o dia 28 de julho, a polícia de SP executou ao menos uma dezena de moradores na Vila Baiana, no Guarujá/SP, como resposta ao assassinato de um policial da ROTA. Os moradores relatam mais mortes e apontam uma série de abusos da polícia na região. Estão vivendo em um verdadeiro clima de terror, com diversas ameaças anônimas ou dos próprios PMs, que chegaram a dizer que matariam mais 60 pessoas nas comunidades da região.
Nas denúncias que recebemos, relatos dos próprios moradores mostram a violência da polícia, que torturou e executou o vendedor ambulante Felipe Vieira, alegando que ele era chefe do PCC. Essa falsificação está sendo desmentida por todos os moradores do bairro. Parentes e moradores próximos ao local da execução relatam que ouviram os policiais gritarem: “joga a arma no chão, solta”; ao que Felipe respondeu: “não tenho arma, senhor, não tô armado” – e logo vieram os tiros.
Mesmo com o uso das câmeras no uniforme, as mortes por PMs aumentaram 26% no primeiro semestre deste ano, com 155 pessoas assassinadas por policiais em serviço. A polícia é o braço armado do Estado, como um cão de guarda, cumpre as ordens dos seus mandantes. Suas ações de vingança – a exemplo das levadas a cabo por grupo de extermínio, ou milícias – contam com a aprovação e proteção dos governos, e da burguesia. Não é novidade que as muitas chacinas nos morros e favelas recebem o acobertamento e a proteção do Estado. Mesmo quando admitem, buscam minimizar o efeito político, tratando o caso como se fosse isolado. O governador bolsonarista Tarcísio não demorou a aparecer na TV para legitimar a ação da PM e justificar as mortes como “consequência do confronto”. Tarcísio está a serviço do fortalecimento do Estado Policial. Os moradores dos bairros pobres pedem por Justiça, diante dos cadáveres de seus filhos e familiares. O problema está na ilusão na Justiça burguesa. Afinal, quem fará justiça, o próprio Estado que mata pobre e favelado todo dia? É preciso responder do ponto de vista de classe.
É preciso barrar as ações do governo ultradireitista de Tarcísio, que, com um braço, avança na repressão policial sobre os pobres e miseráveis; e com outro, avança na opressão econômica, com planos de privatização em diversos setores, a exemplo da Sabesp, Metrô, CPTM e do Porto de Santos, que, como sabemos, significará aumento no custo de vida, precarização do trabalho para os funcionários públicos e piores serviços prestados à população. E significará, sobretudo, a entrega dos recursos públicos aos capitalistas. É por isso que a tarefa da vanguarda com consciência de classe está em organizar a classe operária e demais trabalhadores para a luta de conjunto por um programa próprio dos explorados, que vincule o combate à violência e matança policial com a defesa de emprego a todos, aumento geral dos salários, fim das privatizações e revogação das contrarreformas.
O Partido Operário Revolucionário defende que as centrais, sindicatos e movimentos organizem imediatamente um Dia Nacional de Luta, com paralisações e bloqueios, para defender um programa próprio de reivindicações dos trabalhadores, que inclua o fim das chacinas e matanças pela polícia, e o fim das polícias!
Nenhuma confiança na Justiça burguesa! Só com constituição de um Tribunal Popular é que os crimes da burguesia, seus governos e polícias serão punidos!