-
18 set 2023
Todo apoio ao plebiscito contra as privatizações de Tarcísio
Organizar a greve para impedir a entrega da Sabesp, Metrô e CPTM aos capitalistas
Constituir comitês de luta nos locais de trabalho, de estudo e nos bairros
Estender a luta do estado de São Paulo a todo o país: fim das privatizações e reestatização sob o controle operário e dos demais explorados
À população trabalhadora
O plano de privatização do governador Tarcísio de Freitas é mais um capítulo do processo de desestatização e de entrega das empresas públicas aos capitalistas. De longa data, os governos federal, estaduais e municipais cedem às pressões dos banqueiros, grupos econômicos e credores da dívida pública, para que se desfaçam das empreses estatais. Quando não se privatiza inteiramente, se privatiza parcialmente. A Eletrobras foi a mais recente privatização, feita por Bolsonaro. Já era semiprivatizada pelo sistema misto de capital estatal e capital privado. Bolsonaro se desfez da estatal vendendo o controle acionário dessa empresa de energia tão estratégica para o Brasil. A Petrobras – a mais importante de todas as estatais – também está semiprivatizada, parte dela foi inteiramente privatizada.
As Parcerias Público-Privadas (PPPs) são uma forma de começar a privatização, de maneira que a população trabalhadora não veja o quanto prejudicial é para o custo de vida, que se eleva. O mesmo se passa com os serviços públicos de transporte, água, esgoto, energia e outros.
O objetivo de Tarcísio é liquidar de vez a Sabesp, Metrô e CPTM, que já estão semiprivatizadas. Recentemente, os trabalhadores do Recife realizaram uma importante greve contra a privatização do Metrô. Terão de voltar à luta, muito mais organizada, apoiada no conjunto dos sindicatos e, sobretudo, baseada na mobilização da população.
Os sindicatos e movimentos, que aprovaram o plebiscito para politicamente dizer Não às Privatizações de Tarcísio, também se comprometeram em preparar uma greve unitária dos trabalhadores da Sabesp, Metrô e CPTM. O plebiscito em si não derruba o projeto de privatização. Mas, a greve unificada, a participação dos demais sindicatos e movimentos, que contêm com a adesão da população, é o único caminho de combate entre a força dos explorados e a dos exploradores representados pelo governador Tarcísio.
O movimento no Recife mostrou que a batalha é dura. Lá os sindicatos e centrais, pouco ou nada fizeram para ampliar e fortalecer a greve. A luta contra as desestatizações não pode ser corporativa, e não deve ser usada para interesses eleitorais. Sendo corporativa, limita a capacidade dos trabalhadores mobilizados em seus respectivos sindicatos, diante do poder do Estado e da campanha dos capitalistas interessados em se apossar das estatais. Se a campanha do plebiscito estiver a serviço das disputas eleitorais que se aproximam, cria desconfiança e divide a população trabalhadora.
O plebiscito, como se vê, deve ser um passo para envolver politicamente a população trabalhadora, não no sentido eleitoral, mas politicamente no sentido de que lutamos contra medidas capitalistas que afetam ainda mais as difíceis condições de vida da maioria que sobrevive com baixos salários, da parcela de desempregado e subempregado que mal consegue pagar as contas básicas.
As privatizações se voltam contra as necessidades elementares dos explorados, de um lado, e de outro atingem negativamente a economia como um todo. Eis por que os programas de desestatizações são exigidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, que monitoram a dívida pública e protegem os interesses dos banqueiros e monopólios controlados pelo imperialismo.
A luta contra as privatizações envolve questões mais profundas que a transação financeira entre o Estado e os grupos capitalistas. Envolve as condições de vida da maioria oprimida e a defesa da economia nacional contra o saque do capital parasitário, a manutenção da dívida pública e a subordinação do País às potências imperialistas, que controlam o FMI e Banco Mundial.
As privatizações são antinacionais e pró-imperialistas. A burguesia brasileira com seus capitais e na condição de mantenedora da gigantesca dívida pública é dependente dos ditames do imperialismo. Associa-se ao capital internacional para impor as privatizações. Mesmo que o governo Lula, o PT e seus aliados no poder do Estado digam que acima de tudo está a defesa da soberania nacional, se mostraram na prática que são incapazes de organizar os explorados para acabar com a marcha avançada da desestatização, reestatizar e colocar as estatais sob o controle da classe operária. A utilização da semiprivatização (PPPs) é uma concessão dos governos do PT, que, no final das contas, impulsionam as privatizações. Lula não se dispôs sequer a acabar com as PPPs. É importante que a população trabalhadora saiba que não basta apoiar o plebiscito. É preciso organizar-se em um movimento de massa, e depositar força nas greves e manifestações.
O Partido Operário Revolucionário (POR), que tem por programa e orientação política a revolução proletária, a constituição de um governo operário e camponês e a expropriação geral da burguesia, se empenha para que a população trabalhadora se valha do plebiscito para rechaçar politicamente as privatizações da Sabesp, Metrô e CPTM, para se mobilizar e participar da greve planejada pelos sindicatos e movimentos. O POR defende que se estenda a luta contra as privatizações de Tarcísio a todas as demais privatizações em andamento, como a do Metrô de Recife. O POR trabalha para o sindicatos e movimentos constituam comitês de base e um comitê nacional de luta pelas reestatizações e pelo fim das PPPs.
Não à privatizações da Sabesp, Metrô e CPTM!
Sim à estatização sob o controle operário e popular!