• 29 abr 2024

    Declaração do CERQUI: O imperialismo leva a humanidade à barbárie

Declaração do CERQUI (Comitê de Enlace pela Reconstrução da Quarta Internacional)
Ao 1º de maio

O imperialismo leva a humanidade à barbárie

Crescem não só desemprego e a precarização trabalhista em todo o mundo, como também a fome, a pobreza, a marginalização, as migrações massivas, o avanço contra os direitos trabalhistas, o saque dos recursos dos países semicoloniais, o endividamento e o parasitismo financeiro, e se acelera o intervencionismo militar, o armamentismo, as guerras cada vez mais ampliadas para sustentar a hegemonia dos Estados Unidos e aliados.

Somente a classe operária, unida e organizada, com seus próprios métodos de luta, pode responder a tamanha crise histórica com sua estratégia política, dirigindo a rebelião dos oprimidos

Assistimos ao agravamento extraordinário da escalada militar impulsionada pelo imperialismo. Ou seja, pelos EUA, rodeados pelas potências europeias que se submeteram aos seus ditames e apoiados no seu braço armado, a OTAN, que declarou expressamente que o seu alvo militar é a China e, por ora, a Rússia.

As provocações de Israel fazem parte desse fenômeno, já que não poderia levar adiante sua política genocida e expansionista contra o povo palestino se não contasse com o apoio militar, político e financeiro dos Estados Unidos, corresponsáveis pelo assassinato de mais de 33 mil pessoas (a maioria crianças, idosos e mulheres), mutilando dezenas de milhares, com um número significativo de desaparecidos, destruindo suas cidades, seus hospitais, impedindo o acesso a alimentos, água potável e eletricidade. Seus ataques no Líbano, Síria, Iêmen, o ataque à embaixada iraniana na Síria, são provocações que procuram estender a guerra a todo o Oriente Médio.

A guerra comercial foi potenciada pelos EUA na última década, após a crise econômica e financeira de 2008-2009 que eclodiu em suas entranhas e se espalhou pelo mundo. Desde o início, o CERQUI alertou sobre a tendência de que a guerra comercial se transformaria em bélica. Todos os oprimidos do mundo são afetados por estas guerras, bem como pelo aumento do preço da energia e dos alimentos.

O capitalismo não pode resolver suas principais contradições: o elevado grau alcançado pelas forças produtivas bloqueadas pelas relações de produção e pelas fronteiras nacionais; o esgotamento da partilha do mundo pactuada após a Segunda Guerra Mundial; a potente crise de superprodução; a tendência à queda da taxa de lucro; o parasitismo financeiro crescente etc. O capitalismo em sua última fase imperialista está esgotado, precisa destruir massivamente as forças produtivas para recomeçar algum desenvolvimento. O CERQUI insiste que o capitalismo não pode ser reformado e, para sobreviver, precisa arrancar os direitos conquistados pelas massas, causando cada vez mais penúrias aos oprimidos em todo o mundo, não só nos países atrasados, semicoloniais, mas também nas metrópoles.

O imperialismo descarrega sua crise sobre as semicolônias, impondo-lhes um papel na guerra comercial: abastecer as potências com seus recursos de forma privilegiada, bloqueando ao máximo o comércio e as relações com a China, desmantelando suas indústrias para privilegiar a produção de produtos primários para exportação, privilegiando o pagamento de suas enormes dívidas.

Também se esgotam as formas democráticas de dominação. A decomposição imperialista e seu desespero em se apoderar das empresas, dos recursos e dos países empurram os partidos, as instituições e os governos, cada vez mais à direita, a aplicarem métodos ditatoriais para levar adiante as exigências do capital financeiro. O que ocorre nas semicolônias e também nos países imperialistas.

Os movimentos nacional-reformistas que chegaram aos governos na América Latina acabaram fazendo pactos com a direita oligárquica, renunciando até mesmo ao seu antigo discurso. As massas que tinham ilusões nesses partidos e movimentos veem suas ilusões frustradas e começam a se chocar contra sua impotência e incapacidade para resolver problemas. As burguesias locais não oferecem resistência à prepotência avassaladora do imperialismo que pisoteia a soberania de seus países, que saqueia por todos os meios para impor sua vontade. É nesse marco que emergem e crescem as expressões da ultradireita.

É preciso pôr em pé um grande movimento anti-imperialista internacional, dirigido pela classe operária, pelos seus partidos, pelos seus sindicatos, que convoque os oprimidos a se rebelarem contra a opressão imperialista, para acabar com a guerra e o armamentismo, para expulsar os EUA da Europa, do Oriente Médio e da América Latina, para desmantelar a OTAN, que é uma ameaça para a humanidade, e fundamentalmente em defesa do povo palestino, para acabar com o seu massacre.

Manifestações multitudinárias e atos se repetiram em todo o mundo em solidariedade ao povo palestino, denunciando o genocídio do Estado terrorista israelense, dirigido pelo sionismo, ideologia racista, fascista e colonizadora da burguesia judia ligada ao imperialismo. É um grande passo adiante, mas insuficiente. A luta deve ser redobrada e assumida pela classe operária, sem qualquer esperança de que os organismos internacionais ou os governos sejam capazes de deter o terror. A extensão das guerras, dos atentados e das provocações militares mostram ataques e provocações militares mostram que a tendência para uma Terceira Guerra Mundial está presente e deve ser interrompida e derrotada! Ninguém estará salvo em uma nova guerra mundial.

Para impedir que essa catástrofe ocorra, é preciso levantar os oprimidos do mundo sob a direção da classe operária. Movimento esse voltado a acabar com o poder financeiro, expropriando-o, estatizando os principais ramos da economia em cada país, desconhecendo as dívidas, pondo fim ao saque das riquezas nacionais, reabrindo as fábricas que foram fechadas, eliminando a ditadura de uma minoria cada vez mais concentrada que detém os grandes meios de produção para colocá-los a serviço da grande maioria, para superar o caos capitalista, ordenar e planejar a economia desbloqueando as forças produtivas contidas. A classe operária dos países imperialistas se colocaram em movimento. Nos Estados Unidos, França e Inglaterra houve grandes lutas no último ano, apesar das limitações burocráticas de suas direções, e do caráter estritamente econômico de suas reivindicações.

Esta deve ser a orientação central em nossos países, o que obriga a resolver a crise de direção política. A classe operária poderá dirigir esses processos se se tornar politicamente independente dos partidos e movimentos burgueses, que defendem o capitalismo, a grande propriedade privada e a exploração do trabalho. Para libertar a sociedade, é imperativo libertar-se a si mesma como classe, sómente assim pode ser uma verdadeira direção dos os oprimidos e poderá constituir a frente única anti-imperialista. Sua independência política se concretiza construindo os partidos revolucionários em cada país e reconstruindo a IV Internacional como o Partido Mundial da Revolução Socialista, apontando claramente que não há caminhos intermediários, que não há soluções parlamentares, constituintes ou eleitorais, que não há outra perspectiva para a humanidade senão a revolução social, acabando com a ditadura do capital, derrubando a burguesia.

A história já mostrou tragicamente que todas as tentativas e caminhos intermediários fracassaram. Aprendamos com a própria história do movimento operário, com o fracasso e a traição da socialdemocracia que passou para o campo do imperialismo no início do século passado; com o papel contrarrevolucionário do estalinismo responsável pela destruição da III Internacional, pela liquidação do Partido Bolchevique e os milhares de quadros que dirigiram a grande Revolução Russa, de ter acreditado que o socialismo poderia ser construído em um só país, de ter promovido a coexistência pacífica com o imperialismo e de ter se tornado restauracionista destruindo a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), levando à perda das grandes conquistas da classe operária.

A Quarta Internacional, que tinha a obrigação de ocupar o papel de direção, fracassou por causa do revisionismo de suas direções após o assassinato de Trotsky. Alguns tornaram-se seguidores do estalinismo e dos movimentos nacionalistas, outros tornaram-se foquistas e outros democratizantes, defensores das saídas parlamentares e constituintes. Todos abandonaram o Programa de Transição e a luta pelo poder, pela revolução e ditadura proletárias. Renegaram o comunismo e a necessidade de construir partidos revolucionários seguindo os ensinamentos de Lênin e Trotsky.

Derrotar o imperialismo, expulsar a OTAN, acabar com os armamentismo, acabar com suas guerras!

Todo apoio às nações oprimidas que se levantam contra a opressão imperialista. Viva a luta do povo palestino!

Organizemos a frente única anti-imperialista sob a direção da classe operária!

Reconstruamos o Partido Mundial da Revolução Socialista, a Quarta Internacional!

Viva o internacionalismo proletário!

Viva o socialismo, viva o comunismo!