• 25 abr 2025

    Por um 1º de Maio classista, revolucionário e internacionalista!

Por um 1º de Maio classista, revolucionário e internacionalista!

Por um 1º de Maio independente dos governos, do Estado e dos partidos da burguesia!

Por um 1º de Maio que exija das direções sindicais o fim da política de colaboração de classes!

Por um 1º de Maio de luta de classe em defesa de um programa próprio de reivindicação dos explorados!

Por um 1º de Maio que convoque um Dia Nacional de Luta, com paralisações e manifestações!

Está claro para as direções sindicais e políticas, que se dizem defensoras das condições elementares de existência da classe operária e da maioria oprimida, que este 1º de Maio ocorre em um momento de agudização da crise mundial econômica e política do capitalismo. Ninguém pode ocultar que são os trabalhadores e, em particular, a juventude que arcam com os impasses e a desintegração do capitalismo. A pobreza e a miséria estruturais vêm se agravando ano após ano. Agora, se ampliaram inclusive nos países imperialistas.

A burguesia mundial não tem como promover reformas que reduzam a pobreza e a fome. Ao contrário, lança mão das contrarreformas que desestabilizam as relações de trabalho, aumentam o desemprego, potenciam o subemprego e impulsionam a informalidade. Fazem parte das contrarreformas, os cortes orçamentários que atingem a previdência social, saúde, educação e moradia. Essa ofensiva dos capitalistas contra a força de trabalho, como se constata, é de ordem mundial.

No Brasil, as contrarreformas têm causado consequências violentas para a maioria oprimida. As contrarreformas dos governos de Temer e Bolsonaro – trabalhista, previdenciária, educacional – precarizaram ainda mais as relações de trabalho e agigantaram a terceirização e a informalidade. Os vínculos empregatícios que no passado garantiam o mínimo de estabilidade e de direitos foram destroçados. Alargaram-se os espaços da informalidade com novas modalidades, a exemplo do trabalho por aplicativos que atinge, sobretudo, milhões de jovens. Expandiram-se os contratos com a escala de trabalho 6 por 1. Com o salário mínimo, milhões de trabalhadores e aposentados, mal conseguem comprar a cesta-básica. Assim, a burguesia escraviza abertamente a força de trabalho e empurra milhões e milhões de famílias às mais duras condições de pobreza e miséria. O Estado burguês, com as contrarreformas, legaliza essa descarada superexploração do trabalho.

Os governos e os parlamentares se unem contra a maioria oprimida para impor as contrarreformas antinacionais e antipopulares. Temer e Bolsonaro não fizeram senão intensificar e ampliar as contrarreformas ditadas pelos governos qualificados como democráticos que se instalaram após o fim da ditadura militar. Os vários governos do PT não escapam a essa responsabilidade.

O terceiro mandato de Lula e o quinto do PT são de continuidade às contrarreformas trabalhista e previdenciária, que mais profundamente atingem antigas conquistas da classe operária e dos demais trabalhadores. Rasgou-se definitivamente a CLT, que já vinha sendo desfigurada por uma sequência anterior de contrarreformas. O fenômeno da massificação de jovens que nem trabalham, nem estudam resulta da impossibilidade do capitalismo em decomposição desenvolver as forças produtivas e promover o crescimento econômico.

As contrarreformas que servem de proteção à acumulação e à concentração capitalista de riqueza, contraditoriamente, levam a maior desproteção e marginalização de um enorme contingente de jovens que estão prontos para ingressar na produção e continuar os estudos.

Nesse bárbaro processo de sustentação do capitalismo esgotado, evidenciam-se não só a maior escravização da força de trabalho, o desemprego e o subemprego, mas também a desorganização da classe operária, cuja responsabilidade recai sobre as direções sindicais e políticas que deveriam travar a luta de resistência e de combate ao regime social capitalista. A colaboração de classes e, portanto, a anulação dos sindicatos como organizações classistas do proletariado, funciona como instrumento político de manutenção das contrarreformas.

O governo Lula as encarna sob a máscara do democratismo e do progressismo assistencial. Esse conteúdo de uma política burguesa de esquerda não faz senão demonstrar a impossibilidade de se realizar verdadeiras reformas no capitalismo que favoreçam os trabalhadores. Mas, a política de colaboração de classes também serve a governo de direita e de ultradireita como se caracterizaram as gestões de Temer e Bolsonaro.

As centrais e os sindicatos extremamente burocratizados estiveram submetidos às contrarreformas desses governos. As direções burocráticas não conseguem esconder sua política pró-burguesa mesmo sob o governo Lula, apesar de contarem com o assistencialismo e com os discursos democratistas do PT e aliados.

O 1º de Maio para se erguer como uma manifestação dos explorados tem de ser de Oposição Revolucionária ao governo burguês de Lula. E tem de ser o ponto de partida para a convocação de um Dia Nacional de Luta por um programa próprio de reivindicação dos trabalhadores e pela resposta classista à crise mundial e nacional do capitalismo.

A guerra na Ucrânia e a intervenção militar de Israel na Faixa de Gaza, bem como as guerras que se desenvolvem em países africanos, como as do Congo e Sudão, devem estar no centro do 1º de Maio classista, revolucionário e internacionalista. A ofensiva dos Estados Unidos com sua guerra comercial e a escalada militar alimentada pelas potências agravam ainda mais o quadro das guerras na Europa, Oriente Médio e África. O objetivo de atingir a China recrudesce o militarismo no Indo-Pacífico. O mundo está diante de uma retomada do militarismo que foi responsável pelas guerras mundiais.

Está colocada neste 1º de Maio a constituição da frente única anti-imperialista, sob a direção da classe operária e sob a estratégia da revolução social, que por seu conteúdo é proletária e socialista. Cabe à classe operária em todo o mundo levantar a bandeira de fim da guerra na Ucrânia e por um paz sem anexação, pelo desmantelamento da OTAN e das bases militares norte-americanas na Europa. Pela imediata retirada das forças militares de Israel da Faixa de Gaza e pelo fim do genocídio do povo palestino. Pela expulsão das forças imperialistas que provocam as guerras civis fraticidas na África.

Em todas essas lutas contra as guerras de dominação, se coloca a defesa da autodeterminação das nações oprimidas. Está demonstrada pela história que a conquista da autodeterminação passou para as mãos do movimento revolucionário da classe operária, que se guia pela revolução social. As guerras em curso exigem do 1º de Maio a defesa das nações oprimidas contra a política de anexação e opressão nacional. Essa é a via para combater o programa imperialista de Trump e aliados.

A luta do explorados pelas reivindicações mais elementares se choca com a exploração capitalista e a opressão imperialista. Aí, se encontram os vínculos da luta internacional da classe operária contra as guerras de dominação, pela autodeterminação das nações oprimidas, pela revolução social e pelas transformações socialistas.

O 1º de Maio em todos o mundo está unido pelo agravamento da crise histórica do capitalismo, pela necessidade de recuperar o terreno perdido para as contrarrevoluções, que levaram à liquidação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e à restauração capitalista. O 1º de Maio está unido mundialmente pela premente necessidade de superação da crise de direção. Está unido pelas tendências instintivas de revolta os explorados em todos os países. Na América Latina, pulsam os ódios da maioria oprimida contra os ataques sofridos, tanto por governos burgueses francamente pró-imperialistas quanto por governos que se vestem de reformistas e nacionalistas.

O Partido Operário Revolucionário (POR), seção brasileira do Comitê de Enlace pela Reconstrução da IV Internacional, conclama a vanguarda com consciência de classe a assumir plenamente o programa da revolução social e a colocar-se firmemente pela reconstrução do Partido Mundial da Revolução Socialista.

Viva o 1º de Maio classista, revolucionário e internacionalista!