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13 ago 2017
13 de agosto de 2017
A vitória no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e na Câmara dos Deputados firmou o governo cambaleante. Esse feito contou a seu favor com o desmonte do movimento nacional das massas após a greve geral de 28 de abril. O destino do governo burguês, golpista e corrupto ficou inteiramente nas mãos das forças oligárquicas que comandam o Estado. As direções sindicais contribuíram decisivamente para estancar a sangria do governo. O PT e a Frente Brasil Popular deram seu quinhão desviando a luta das massas contra as reformas antinacional e antipopular para as bandeiras do Fora Temer, eleições diretas, volta da democracia, por um governo legítimo e pela salvação da candidatura de Lula. Esse foi o novo conteúdo da velha forma de conciliação de classes, que se estabeleceu depois do impeachment de Dilma Rousseff.
Temer se sentiu mais seguro na cadeira da presidência da República. Elevou-se a uma posição que lhe dá capacidade política para diminuir o perigo da continuidade das denúncias prometidas pelo procurador-geral, Rodrigo Janot. Tem conseguido utilizar o Supremo Tribunal Federal para reduzir a pressão arterial da crise. A ousadia, petulância e desfaçatez com que o ministro Gilmar Mendes tem defendido o governo golpista e corrupto contra as denúncias de Janot indicam a importância da decisão da Câmara Federal do dia 2 de agosto. Tudo está sendo feito para evitar novos tropeços do governo.
A garantia da governabilidade da ditadura civil de Temer se deve ao mesmo motivo que levou ao golpe de Estado: impor as reformas que os governos eleitos não conseguiram plenamente realizar. A aprovação da reforma trabalhista esteve na base da vitória de Temer contra as consequências políticas das denúncias de corrupção. O fato do Senado aprová-la, depois da burocracia sindical ter quebrado o movimento de resistência, representou meio caminho andado nas reformas. Basta esse feito para que o governo golpista tenha tido êxito. Agora, poderá completá-lo aprovando a reforma da previdência.
Mais uma vez, nos deparamos com o argumento de que “dificilmente a reforma da previdência” passará na Câmara dos Deputados. O mesmo foi dito em relação à reforma trabalhista. Isso equivale a dizer para os explorados que podem dormir descansados. Aqueles que se valem desse argumento servem à burocracia sindical que afrouxou o combate quando este deveria ser recrudescido. Foi assim que a reforma trabalhista foi ditatorialmente decidida contra a vontade da maioria trabalhadora. O que temos de dizer é que os explorados não devem deixar seu destino nas mãos de seus escravizadores. Mesmo que estes estejam divididos no Parlamento quanto ao teor da reforma da previdência. Essa é a política proletária.
Somente a classe operária organizada e mobilizada poderá derrubar a reforma da previdência em curso. É preciso lutar com todas nossas forças para derrotar o governo golpista em mais esse atentado contra a vida da maioria oprimida. Se pusermos em pé um poderoso movimento nacional capaz de impedir a votação da reforma da previdência, nos fortaleceremos para combater a implantação da reforma trabalhista. Se reunirmos forças contra a reforma da previdência e trabalhista, estaremos fortes para enfrentar as reformas de conjunto da ditadura civil de Temer, que são antinacional e antipopular.
A greve geral de 28 de abril mostrou nossa fortaleza coletiva, proletária e revolucionária. Tinha tudo para ser mais potente se as centrais sindicais não tivessem trabalhado pela passividade da classe operária no dia em que esta foi chamada a parar o País e que prontamente acatou. Estiveram colocadas grandes manifestações de rua. Esteve colocado proliferar os comitês de base. E esteve colocado continuar a mobilização no dia seguinte, que era o 1º de Maio. As burocracias, no entanto, mostraram seu papel divisionista e seu lugar, em última instância, de correia de transmissão da política burguesa.
Nada de confiar no jogo parlamentar! Nada de esperar que os deputados não deem quórum para a mudança constitucional da previdência! Convocar imediatamente as assembleias nos sindicatos, nos bairros, nas escolas e em toda parte onde estejam presente as necessidades e os interesses dos explorados. Organizar nossas forças para retomar a greve geral de 28 de abril, que deve ser mais potente, mais coletivizada, mais unida e mais combativa.
Abaixo a reforma da previdência! Não à implantação da reforma trabalhista! Fim da terceirização! Emprego e salário a todos! Não paguemos pela crise capitalista! Abaixo o governo burguês, golpista e corrupto de Temer! Por um governo operário e camponês!